Com o fim do prazo, feirantes exigem revogação imediata do prazo para remoção forçada da rua Marechal
23/11/2021
Encerrou
neste domingo (21) o prazo para remoção dos trabalhadores e trabalhadoras de
rua em Feira de Santana. Apesar de não ter ocorrido nenhuma remoção de barracas
após reunião entre feirantes, apoiadores e a prefeitura na última terça (16) em
que o prefeito se comprometeu a discutir alternativas para a manutenção do
comércio de rua em pontos específicos na rua Marechal Deodoro (link para
matéria), a expectativa pela revogação do decreto não se concretizou. Em mais
uma mobilização, os/as trabalhadores/as foram às ruas para reivindicar a
abertura de diálogo com o prefeito que agendou reunião para a última sexta (19)
mas não compareceu.
Desde o
início das obras de requalificação das ruas do projeto "Novo Centro", os/as
feirantes reivindicam a organização do local, com instalações de mais lixeiras,
banheiros e estrutura de barracas para desmonte no final do dia. Após diversas
tentativas de diálogo sem sucesso para apresentação de um projeto em que não
seja necessária a remoção, os /as trabalhadores/as intensificaram as
mobilizações e conseguiram uma reunião com o prefeito, mas a situação continua
indefinida.
Enquanto
isso, os/as camelôs que já foram retirados/as do
centro da cidade e encontraram espaço no Shopping Popular Cidade das Compras seguem
com as manifestações junto ao Poder Executivo, denunciando uma série de
irregularidades na relação entre o Consórcio que administra o Shopping e os/as
trabalhadores/as. Em reunião realizada na última
semana com representação de todas as bancadas da Câmara Municipal, a pauta de
reivindicações dos/das trabalhadores/as foi discutida e alguns compromissos
firmados como a proibição imediata de lacração de boxes, apreensão de
mercadorias e cortes de energia, ações que estariam sendo feitas pelo Consórcio
Feira Popular. A forma como os/as camelôs realocados/as para o Shopping Popular
vem sendo tratados/as é a mostra de como a prefeitura de Feira de Santana lida
com a classe trabalhadora de forma desrespeitosa e autoritária.
Apesar
disso, as manifestações de apoio se multiplicam e ampliam a resistência contra
os desmandos da gestão municipal. De acordo com as informações divulgadas pelo
Movimento Trabalhadores do Centro de FSA, na última sexta (19), o Instituto
Brasileiro de Direito Urbanístico (IBDU), por meio da Rede Nordeste de
Incidência e Monitoramento em Conflitos Fundiários, entregou um ofício à
prefeitura reforçando o pedido de suspensão da
remoção dos/das feirantes localizadas na rua Marechal Deodoro. O ofício toma
como base a resolução nº17 do Conselho Nacional de Direitos Humanos que define
qualquer remoção administrativa que tenha como resultado o deslocamento forçado
como uma violação dos direitos humanos. Sendo assim, a Rede Nordeste reforça a
necessidade imediata de abertura de diálogo constante e revogação do decreto.