Servidores públicos fazem protesto por reposição inflacionária. Governo da Bahia recebe manifestantes com polícia

29/10/2021

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Perda salarial dos professores é a maior em três décadas

Na quinta-feira (28), Dia do Servidor Público e da Servidora Pública, a categoria fez um ato público na Governadoria, em Salvador, para reivindicar a reposição da inflação aos salários, nunca paga por Rui Costa em dois mandatos. Ao invés do diálogo, o governador recepcionou os trabalhadores e as trabalhadoras com policiais militares. O acesso à área do órgão também foi controlado pela polícia, que ficou responsável pela abertura e fechamento da grade instalada há algum tempo em torno do local. Docentes da Uefs, juntamente com o Fórum das ADs, endossaram a luta.

 

Nas falas, algumas das categorias do funcionalismo público condenaram a presença da PM nas proximidades da manifestação, comparando a prática do governador baiano à do presidente Jair Bolsonaro. É pública a afinidade do chefe da República com a repressão da ditadura político-militar, no qual milhares de brasileiros sofreram vários tipos de violência por lutar em defesa da democracia. "Rui Costa se coloca nas propagandas como o governador da correria, mas ele corre é dos servidores, que através de suas entidades solicitam reuniões para discutir suas pautas. O gestor dá as costas para nós. Ele também está se configurando como o governo da repressão, que intimida trabalhadores e trabalhadoras. O governo se fecha para os servidores, como fez na Governadoria: o cerco e a cerca. Os servidores não vão parar!", disse Adroaldo Oliveira, professor da Uefs.  

 

Os servidores públicos amargam grandes prejuízos financeiros, ampliados de forma drástica no governo Rui Costa. Já são mais de seis anos sem reajuste nos salários, diversos anos de direitos trabalhistas cerceados e de sucateamento do setor público. Em se tratando dos professores das universidades estaduais da Bahia, "estudo do Dieese revela que a perda salarial dos professores das universidades estaduais da Bahia é a maior em três décadas! Entre janeiro de 2015 e dezembro de 2020, a perda chegou a 27%. Para repor a inflação de 2015 até a data-base de dezembro do ano passado, seria necessário um reajuste de 37%. Além disso, direitos previstos em lei não são garantidos e, quando os são, foi porque recorremos à via judicial", alerta Sarah Rios, integrante do Conselho Fiscal da Adufs. Ainda durante o ato público, os servidores condenaram a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32, que acaba com o serviço público.  


O protesto em Salvador, organizado de forma coletiva por centrais sindicais e sindicatos de servidores da Bahia, soma-se às mobilizações que vêm sendo realizadas há mais de sete semanas em Brasília com o objetivo de barrar a tramitação, ainda no plenário da Câmara dos Deputados, da PEC 32. Na capital federal, as ações incluem corpo a corpo com parlamentares na sede da Câmara, caminhadas e atos públicos no aeroporto e na Esplanada dos Ministérios. Dão ainda mais força e visibilidade ao movimento, as campanhas e eventos lúdicos organizados nas cidades para dialogar com a população e alertá-la sobre os efeitos catastróficos da proposta, além das ações feitas na internet. A luta também ganhou o apoio de outras categorias de trabalhadores e trabalhadoras. A Adufs participou dos atos públicos realizados em Brasília.


Veja fotos e vídeos das manifestações em Salvador e em Brasília no Facebook e no Instagram da Adufs.

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