Jornada de Lutas em Brasília continua pela sexta semana para barrar aprovação da PEC 32

27/10/2021

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Manifestação do aeroporto de Brasília

Pela sexta semana, servidores e servidoras federais, estaduais e municipais seguem mobilizados em Brasília na luta para barrar a aprovação da PEC 32. O governo segue desesperado para pautar a votação que tem sido adiada por conta da pressão feita por centrais sindicais, servidores/as e organizações de todo o país. Na última sexta (22), em reunião entre os líderes da minoria da Câmara dos Deputados e representantes dos movimentos sociais, foi reforçada a importância da manutenção dos protestos para continuar adiando a votação até o fim deste ano.


O aumento da rejeição ao governo federal que vem sendo bombardeado por uma série de denúncias de corrupção, omissão, negligência e fake news na pandemia somadas ao aprofundamento da crise humanitária que o país enfrenta, também graças às políticas entreguistas do ministro da economia, Paulo Guedes, comprometem a popularidade do governo Bolsonaro e suas possibilidades de reeleição. Para o ministro, principal entusiasta da Reforma que, recentemente, também viu seu nome envolvido em escândalos ainda não esclarecidos sobre a manutenção de empresas em paraísos fiscais mesmo após a entrada no governo em 2019, aprovar a Reforma é uma demonstração de força para sustentação da gestão com alguma possibilidade de competitividade para 2022. A pressão dos movimentos em Brasília, no entanto, tem empurrado o governo para mais uma derrota significativa na Câmara.

A professora Reinalda Oliveira, diretora da Adufs e 2ª secretária da Regional Nordeste III, que acompanha os atos em Brasília falou sobre a proposta do Andes-SN e das centrais sindicais de todo o país de continuidade da Jornada de Lutas por mais oito semanas para que se torne inviável a votação em 2022, ano eleitoral em que os candidatos e candidatas serão constrangidos a não assumir compromissos com pautas que ataquem os direitos sociais. Para a professora, as últimas declarações desesperadas do ministro da economia acirram ainda mais os ânimos:

"Nós estamos sofrendo uma pressão muito grande por parte do governo. Foi veiculada mais uma matéria na última semana com o Paulo Guedes afirmando que o futuro da nação depende da aprovação da Reforma Administrativa, do mesmo jeito que o futuro do país dependia da aprovação de todas a reformas que passaram e a gente só está entrando cada vez mais no caos. Então, existe a necessidade dessa manutenção da luta e aumento da pressão em relação aos deputados para que a gente possa impedir até o último momento de 2021 essa votação", afirmou.

Nesta semana, as manifestações tiveram início nesta segunda (25) com ato no Aeroporto de Brasília, o ato se repetiu na manhã da terça (26) e continuam com vigília à tarde, no Anexo II da Câmara dos Deputados. Nesta quarta (27), a concentração tem início às 09 horas no Espaço do Servidor.  À tarde, às 14 horas, haverá vigília no Anexo II onde deve haver alguma atividade na Câmara dos Deputados em alusão ao Dia dos Servidores e das Servidoras Públicas; Já na manhã da quinta (28), haverá Ato do Dia Nacional de Luta em Brasília e paralisações, assembleias, atos e audiências públicas em diversos estados brasileiros.

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