Pressão dos trabalhadores enfraquece articulação do governo para aprovar a Reforma Administrativa
07/10/2021
Geladeira com ossos foi utilizada para retratar a realidade do trabalhador
A mobilização dos servidores públicos e de
outras categorias de trabalhadores, em Brasília, contra a Proposta de Emenda
Constitucional 32 (PEC) estremeceu deputados federais, e as dissidências em
torno da proposta jogou por terra a articulação do presidente da Câmara, Arthur
Lira (PP-AL), para aprová-la. Temerosa em não conseguir os 308 votos das 513
cadeiras da Casa para a aprovação da pauta, a base aliada do governo Bolsonaro
retirou-a do plenário, na quinta-feira (6). Apesar da importante vitória dos
manifestantes, a agenda de atividades na capital federal continuou nesta manhã
(7), com concentração no Espaço do Servidor e caminhada até o Ministério da
Economia, onde houve um ato público. Uma geladeira vazia e com ossos foi
utilizada para retratar a realidade hoje imposta ao trabalhador brasileiro.
Reprodução de notas de dólar, manchadas de sangue, fizeram referência ao
Ministro da Economia, Paulo Guedes, que tem empresa em paraíso fiscal situado
nas Ilhas Virgens Britânicas. Guedes também é um dos grandes defensores desta
PEC. Os protestos seguem na próxima semana, quando Lira deve anunciar o dia em
que a matéria será votada.
Esta já é a quinta semana que servidores públicos federais, estaduais e
municipais cumprem, na capital federal, uma ampla agenda de
mobilização contra a PEC 32. São ações que envolvem corpo a corpo com
parlamentares na sede da Câmara dos Deputados, caminhadas e atos públicos no
aeroporto e na Esplanada dos Ministérios. Dão ainda mais força e visibilidade
ao movimento o trabalho de articulação política nos estados e municípios, as
campanhas e eventos lúdicos organizados nas cidades para dialogar com a
população e alertá-la sobre os efeitos catastróficos da proposta, além das
ações feitas na internet. A luta também ganhou o apoio de outras categorias de
trabalhadores.
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