Diretoria da Adufs reúne-se com a Reitoria para tratar de pautas dos docentes e discentes
14/09/2021
A diretoria da Adufs reúne-se virtualmente na
próxima quinta-feira (16), às 16h30, com a Reitoria da Uefs. O encontro foi uma
reinvindicação dos diretores da entidade,
diante da necessidade de obter repostas sobre os processos de insalubridade, a
dificuldade da categoria em obter informações junto à Administração Central
sobre os requisitos para a aposentadoria e sobre o termo de ciência para a
realização de atividades presenciais na universidade na vigência da pandemia.
O andamento dos processos referentes ao
adicional de insalubridade tornou-se uma
incógnita, após a Secretaria da Administração da Bahia (Saeb) retirar da Junta Médica Oficial do Estado e transferir para
a universidade a responsabilidade pela elaboração dos laudos médicos que
garantem ao docente a compensação financeira por estar exposto a agentes
nocivos no ambiente de trabalho.
Enquanto perdura o jogo de empurra-empurra,
os professores que têm o direito garantido por lei seguem com seus pedidos
parados há meses no órgão, sem qualquer definição. Na tentativa de encontrar a
solução para o problema, a diretoria da Adufs solicitará esclarecimentos à
Reitoria, na reunião da próxima quinta-feira (16), para, a partir de então,
cobrar a implantação dos processos àqueles que realmente têm o direito.
Termo de Ciência e Responsabilidade
Durante a reunião, a diretoria da Adufs
cobrará da Reitoria respostas sobre o Termo de Ciência e Responsabilidade para
a Realização de Atividades Presenciais por Necessidade da Instituição na
Vigência da Pandemia de Covid-19, a ser preenchido pelos discentes. O documento
determina que "... em caso de situação de risco aumentado para a covid-19, devo
comunicar ao responsável pelo setor para receber orientações adequadas e não
frequentar os espaços da UEFS na vigência da pandemia, realizando assim, o
trancamento da disciplina, conforme Resolução do CONSEPE 131/ 2020".
Conforme o Artigo 5º desta Resolução, "as
atividades práticas presenciais podem ser realizadas, em caráter excepcional,
com ou sem associação a atividades remotas". Há um grave problema a ser
considerado! Existe a decisão pela retomada presencial, mas sem a garantia das
condições materiais para o ensino remoto aos estudantes que vierem a estar em
situação de risco da Covid-19, restando-lhe, apenas, o prejuízo acadêmico pelo
trancamento da disciplina. Há muitos meses já é de conhecimento público que,
por falta de condições financeiras para investir na aquisição de computador e
de um plano de internet compatível com as necessidades dos cursos, muitos
discentes não acompanharam o Ensino Remoto Emergencial (ERE) em 2020 e neste
ano ou o fizeram de forma precária. O papel da Administração da Uefs deve ser o
de acompanhar o ERE, dando a todos o suporte técnico ideal ao aprendizado.
Outra preocupação que envolve as atividades
presenciais diante do contexto pandêmico é a limitação financeira da Uefs em
oferecer as condições sanitárias ideais à saúde da comunidade acadêmica. São
necessários diversos questionamentos, como: a universidade terá recurso
financeiro para comprar álcool gel 70% suficiente para os servidores, alunos e terceirizados; adequar a estrutura e a permanência de pessoas nas
residências indígena e universitária e no restaurante universitário; e
comportar todos em salas e laboratórios amplos e bem ventilados, haja vista que
muitos deles são pequenos e têm pouca ventilação? O estrangulamento de recursos
imposto pelos sucessivos governos estaduais ao orçamento das universidades
estaduais baianas impede as instituições de quitar despesas básicas,
a exemplo da conta de luz, e de pagar direitos dos servidores previstos em lei.
Como essas instituições terão dinheiro para permitir o convívio cotidiano de
milhares de pessoas no campus da Uefs?
O retorno presencial das atividades
acadêmicas não é simples. Tem de ser processual, amplamente discutido com toda
a comunidade acadêmica e meticulosamente programado. Afinal, envolve vidas das
comunidades interna e externa.
A pauta tem sido tratada em diversas reuniões
e assembleias de docentes. A diretoria da Adufs defende o retorno
presencial, conforme acordado em assembleia, somente com toda a população
imunizada e garantidas as condições sanitárias de segurança recomendadas pelas
autoridades em saúde. Até lá, permanece o ERE, mas com a garantida das
condições materiais ideais ao seu andamento e acompanhamento das atividades, o
que desde o início da pandemia ainda não tem sido feito.