Professores da Uefs coordenam ações de combate à Covid-19
25/08/2021
As
universidades públicas brasileiras conduzem centenas de pesquisas científicas e
ações que mapeiam o coronavírus e auxiliam no tratamento, imunização e combate
à Covid-19. A contribuição dessas instituições à sociedade, inclusive em diversas
outras áreas, é possível porque há professores engajados em atitudes concretas.
Os docentes da Uefs também protagonizam esta história e desde o início da
pandemia trabalham sem parar, superando os variados obstáculos impostos pelo
atual contexto, no intuito de contribuir para que a universidade consiga
cumprir sua função social.
Uma
das ações mais recentes dos professores da Uefs durante a pandemia é a
contribuição ao processo de vacinação realizado no campus por funcionários da Prefeitura
Municipal. Os docentes do
Departamento de Saúde (Dsau) somam-se à aplicação das vacinas no público-alvo e
supervisionam os discentes no trabalho de anamnese, registro das doses
aplicadas, organização das filas e preenchimento dos cartões de vacina. O campus é uma das sedes da aplicação da primeira dose da
vacina em Feira de Santana.
"A gente se sente na necessidade de colaborar
com a imunização dos moradores da cidade. São atendidas diariamente, no campus,
cerca de 5 mil pessoas. Mas, se a Prefeitura Municipal tivesse respondido antes à
nossa solicitação de participar do processo de vacinação na cidade, na qual foi
informada a expertise da categoria para
participar desta ação, a vacinação das pessoas seria mais célere. Ao invés de
acatar o pedido da categoria, a imunização dos moradores foi realizada em uma
instituição privada de ensino superior", disse Ana Jaqueline Carneiro,
professora da Uefs e participante da vacinação no campus.
Ações
preventivas também estão em andamento e beneficiam a população de Feira de
Santana e região desde o início da pandemia. Professores da Uefs produziram álcool
glicerinado 80%, para a higienização de mãos, mais álcool 70%, que serve também
para a limpeza de superfícies, totalizando pouco mais de 910 litros. O produto
foi doado a 26 instituições que prestam serviços à sociedade, a exemplo do 35° Batalhão de Infantaria, Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais (Apae), Centro Médico Odontológico do Rotary Club de Feira de
Santana e a Organização Crescer Cidadão. Docentes também atuam na capacitação
de estudantes para realizar o exame de PCR-RT do coronavírus.
Mais meia tonelada de álcool gel 70% chegou aos moradores
da cidade, de abril de 2020 até então, através de distribuição feita ao
Hospital Clériston Andrade, Dispensário Santana, asilos, projetos sociais, funcionários
terceirizados da Uefs e entidades que trabalham com a população de rua. Os professores da universidade de Feira de Santana ainda produziram protetor
facial, confeccionado em impressora 3D e composto por uma placa de acetato para
proteger o rosto, em complemento aos demais Equipamentos de Proteção
Individual. Foram contempladas com o equipamento as equipes do Departamento
de Polícia Técnica (DPT) e do Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (Samu).
Também
fazem parte das ações o Portal Geocovid-19, desenvolvido por
professores da Uefs, com o apoio de outros profissionais. O Portal é uma
plataforma que combina recursos de geotecnologias com inteligência artificial
para monitorar e prever a evolução do coronavírus em território
brasileiro.
Apesar
de reconhecido o mérito das universidades na produção do conhecimento,
sobretudo na pandemia, as pesquisas científicas esbarram no contingenciamento
de recursos impostos por sucessivos governos. Lotado no Departamento de
Ciências Exatas da Uefs (Dcis), Alexandre Espeleta teve a produção de álcool
limitada por falta de financiamento. "Do início do ano passado até agora,
produzimos quase meia tonelada de álcool gel 70%. No entanto, a maior parte do
recurso vem do meu próprio bolso. Infelizmente, não tenho condições financeiras para continuar arcando com este custo. Neste momento, produzo pouco e quando
solicitado por entidades", lamenta o servidor.
Contingenciamento
O
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) sofreu, em 2021, uma
redução de 29% no orçamento, gerando cortes expressivos de bolsas de pesquisa,
defasagem tecnológica nas universidades e em seus laboratórios. O corte de
recursos para a Capes chega a quase 30% e, para o CNPq, algo em torno de 80%. O
subfinanciamento, agravado pelo governo Bolsonaro, prejudica a resposta à
Covid-19 no país, muitas vezes dependente da importação de insumos e
equipamentos para combater o coronavírus.
Pesquisadores
de universidades brasileiras defendem que se houvesse investimento em ciência,
o Brasil poderia ter sido um dos primeiros do mundo a encontrar uma vacina contra a doença, já
que existem instituições científicas, pesquisadores capacitados, além de conhecimento
sobre produção e desenvolvimento de vacinas, inclusive reconhecidos
mundialmente.
Para
a diretoria da Adufs, mais do que negar as orientações científicas sobre a
necessidade do isolamento social para conter a propagação da doença,
o presidente despreza a ciência ao promover uma política de sucateamento das
agências e fundos de fomento do setor, assim como das universidades e
institutos de pesquisa. O gestor ainda ataca direitos do servidor público e
tenta responsabilizá-lo pela atual crise financeira do Brasil. "O governo
Bolsonaro segue à risca a política de desmonte das universidades públicas
brasileiras. A regra também se aplica a alguns estados, como é o caso da Bahia,
onde o governador Rui Costa contingencia recursos do orçamento destinado às
instituições e massacra o funcionalismo público. Mas, a pandemia evidenciou a
relevância dos estudos realizados nas universidades e a necessidade de investir
no setor público", afirma Elson Moura, diretor da Adufs.
Desde
quando foram diagnosticados os primeiros casos do coronavírus, em Feira de
Santana, a diretoria da Adufs promoveu atividades com o intuito de colaborar
com informações sobre os riscos da Covid-19 e formas de propagação da doença. Spots foram veiculados em programas de
rádio da cidade, cards alertando a
população para a gravidade da doença e para a necessidade de se manter o
isolamento social foram compartilhados nas redes sociais, um outdoor informando sobre a
importância do cuidado com o próximo foi colocado na Avenida Transnordestina e máscaras de proteção facial foram doadas à população em diversas ruas
do Centro da cidade. Além disso,
a diretoria doou cestas básicas, entregou alimentos aos estudantes
da Residência Universitária, colaborou com a produção de máscaras de acetato
para uso dos profissionais de saúde e distribuiu Kits de
limpeza.