Manifestantes repudiam a Reforma Administrativa e reforçam luta pelo Fora Bolsonaro

19/08/2021

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Um dia nacional de greve dos servidores públicos contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 32/20), conhecida como Reforma Administrativa, pelo Fora Bolsonaro e em defesa dos serviços públicos marcou essa quarta-feira (18). Em Feira de Santana, o protesto, que teve ampla cobertura da imprensa local, ocorreu em frente ao Centro de Distribuição da agência dos Correios. Na capital baiana, os manifestantes concentraram-se na Praça do Campo Grande e seguiram até a Praça Castro Alves. Os professores da Uefs dividiram-se nos atos públicos realizados nas duas cidades. Trabalhadores com outros vínculos profissionais, movimentos sociais e partidos políticos também colaboraram com o processo de construção da atividade e marcaram presença nas ruas.

 

A ocupação das vias públicas é um dos mecanismos da luta para ampliar ainda mais o diálogo com a população e reforçar o convite para unir-se ao enfrentamento ao governo corrupto e genocida de Jair Bolsonaro. Nas falas dos professores da Uefs e de alguns manifestantes, a unidade entre as diversas categorias de trabalhadores e a mobilização do povo brasileiro foram os meios apontados para tentar barrar o projeto criminoso do governo federal, dissimulado na PEC 32. Entre as consequências da aprovação desta Proposta de Emenda Constitucional estão a transferência de recursos públicos para a iniciativa privada; a destruição e privatização do serviço público oferecido para toda a população do país; bem como o ataque aos direitos previstos na relação jurídico/funcional entre o servidor e o poder público.

 

Ainda integram a pauta do protesto a garantia do auxílio emergencial de, no mínimo, R$ 600, até quando durar a pandemia da Covid-19; agilidade na aplicação das vacinas; emprego e comida; a luta contra a privatização da Eletrobras, dos Correios e outras empresas públicas; a Medida Provisória 1045, que prevê uma minirreforma trabalhista; além da insígnia Fora Bolsonaro. Os manifestantes também condenaram o desmantelamento das políticas ambientais e sociais nas diversas áreas, a exemplo da saúde e educação; os crimes contra os indígenas e a grilagem de suas terras; mais as práticas que defendem o machismo, racismo, a LGBTQIfobia e a intolerância religiosa. Faixas, cartazes, bandeiras e ações nas redes sociais reforçaram os atos públicos organizados nacionalmente.

 

Em sua fala, Ana Karen de Oliveira, membro do Conselho Fiscal da Adufs, lembrou que a mobilização foi realizada em frente ao Centro de Distribuição da agência dos Correios em apoio e solidariedade à luta dos trabalhadores desta empresa, que nessa quarta-feira (18) pararam as atividades por melhorias das condições de trabalho, reajuste salarial, pelo fim do sucateamento da empresa e do projeto do governo Jair Bolsonaro de entregar os Correios para o setor privado. "São 98 mil funcionários que correm o risco iminente de ficarem desempregados. O que as empresas querem não é assumir a função social dos Correios, mas o lucro. Esta é a empresa estatal que chega mais próximo de atender a todos os municípios do o país", especificou Elson Moura, diretor da Adufs.

 

Elson Moura ainda ressaltou o ato público do dia 18 de agosto como mais um momento de unidade de luta contra o estado capitalista e o governo Bolsonaro. O sindicalista alertou sobre a necessidade de cada categoria se fortalecer através da organização sindical ou via outras entidades representativas para intensificar o debate político sobre o Fora Bolsonaro, com vistas à construção de uma greve geral dos trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil. "A classe trabalhadora não pode esperar para as eleições de 2022. A fome que castiga quase 14% dos brasileiros e o desemprego que afeta cerca 20 milhões de pessoas não esperam pelo processo eleitoral. A hora é agora! Precisamos parar a produção e a circulação de mercadorias e assumir o nosso protagonismo, porque é assim que o capital sente a força da classe trabalhadora. Precisamos resgatar a capacidade de entender esse nosso poder", alertou o diretor da Adufs.

 

A mobilização ocorrida em todo o país foi definida no Encontro Nacional dos Servidores e Servidoras, realizado em 30 de julho, com a presença de mais de cinco mil servidores das esferas municipal, estadual e federal, incluindo os diretores da Adufs, conforme já divulgado pela Assessoria de Comunicação da seção sindical. Outras categorias de trabalhadores também estiveram presentes ao encontro. Atendendo à convocação do ANDES-SN, docentes de todo país se somaram à luta.

 

Em Feira de Santana, os protestos contra o governo de Jair Bolsonaro vêm sendo discutidos e organizados pelo Movimento Fora Bolsonaro Feira de Santana. A diretoria da Adufs, que em 40 anos de existência nunca se furtou à luta, faz parte deste grupo.

 

Veja mais fotos e vídeo no Facebook e no Instagram da Adufs.


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