Um dia nacional de greve dos servidores
públicos contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 32/20), conhecida como
Reforma Administrativa, pelo Fora Bolsonaro e em defesa dos serviços públicos
marcou essa quarta-feira (18). Em Feira de Santana,
o protesto, que teve ampla cobertura da imprensa local, ocorreu em frente ao
Centro de Distribuição da agência dos Correios. Na capital baiana, os
manifestantes concentraram-se na Praça do Campo Grande e seguiram até a Praça
Castro Alves. Os professores da Uefs dividiram-se nos atos públicos realizados
nas duas cidades. Trabalhadores com outros vínculos profissionais, movimentos
sociais e partidos políticos também colaboraram com o processo de construção da
atividade e marcaram presença nas ruas.
A ocupação das vias públicas é um dos mecanismos
da luta para ampliar ainda mais o diálogo com a população e reforçar o convite para
unir-se ao enfrentamento ao governo corrupto e genocida de Jair Bolsonaro. Nas
falas dos professores da Uefs e de alguns manifestantes, a unidade entre as
diversas categorias de trabalhadores e a mobilização do povo brasileiro foram
os meios apontados para tentar barrar o projeto criminoso do governo federal, dissimulado
na PEC 32. Entre as consequências da aprovação desta Proposta de Emenda
Constitucional estão a transferência de recursos públicos para a iniciativa
privada; a destruição e privatização do serviço público oferecido para toda a população
do país; bem como o ataque aos direitos previstos na relação jurídico/funcional
entre o servidor e o poder público.
Ainda integram a pauta do protesto a garantia
do auxílio emergencial de, no mínimo, R$ 600, até quando durar a pandemia da
Covid-19; agilidade na aplicação das vacinas; emprego e comida; a luta contra a
privatização da Eletrobras, dos Correios e outras empresas públicas; a Medida
Provisória 1045, que prevê uma minirreforma trabalhista; além da insígnia Fora
Bolsonaro. Os manifestantes também condenaram o desmantelamento das políticas ambientais
e sociais nas diversas áreas, a exemplo da saúde e educação; os crimes contra
os indígenas e a grilagem de suas terras; mais as práticas que defendem o
machismo, racismo, a LGBTQIfobia e a intolerância religiosa. Faixas, cartazes, bandeiras
e ações nas redes sociais reforçaram os atos públicos organizados nacionalmente.
Em sua fala, Ana Karen de Oliveira, membro do
Conselho Fiscal da Adufs, lembrou que a mobilização foi realizada em frente ao
Centro de Distribuição da agência dos Correios em apoio e solidariedade à luta
dos trabalhadores desta empresa, que nessa quarta-feira (18) pararam as
atividades por melhorias das condições de trabalho, reajuste salarial, pelo fim
do sucateamento da empresa e do projeto do governo Jair Bolsonaro de entregar
os Correios para o setor privado. "São 98 mil funcionários que correm o risco
iminente de ficarem desempregados. O que as empresas querem não é assumir a
função social dos Correios, mas o lucro. Esta é a empresa estatal que chega
mais próximo de atender a todos os municípios do o país", especificou Elson
Moura, diretor da Adufs.
Elson Moura ainda ressaltou o ato público do
dia 18 de agosto como mais um momento de unidade de luta contra o estado
capitalista e o governo Bolsonaro. O sindicalista alertou sobre a necessidade
de cada categoria se fortalecer através da organização sindical ou via outras
entidades representativas para intensificar o debate político sobre o Fora
Bolsonaro, com vistas à construção de uma greve geral dos trabalhadores e
trabalhadoras de todo o Brasil. "A classe trabalhadora não pode esperar para as
eleições de 2022. A fome que castiga quase 14% dos brasileiros e o desemprego
que afeta cerca 20 milhões de pessoas não esperam pelo processo eleitoral. A
hora é agora! Precisamos parar a produção e a circulação de mercadorias e assumir
o nosso protagonismo, porque é assim que o capital sente a força da classe
trabalhadora. Precisamos resgatar a capacidade de entender esse nosso poder", alertou
o diretor da Adufs.
A mobilização ocorrida em todo o país foi
definida no Encontro Nacional dos Servidores e Servidoras, realizado em 30 de
julho, com a presença de mais de cinco mil servidores das esferas municipal,
estadual e federal, incluindo os diretores da Adufs, conforme já divulgado pela
Assessoria de Comunicação da seção sindical. Outras categorias de trabalhadores
também estiveram presentes ao encontro. Atendendo à convocação do
ANDES-SN, docentes de todo país se somaram à luta.
Em Feira de Santana, os protestos contra o
governo de Jair Bolsonaro vêm sendo discutidos e organizados pelo Movimento
Fora Bolsonaro Feira de Santana. A diretoria da Adufs, que em 40 anos de
existência nunca se furtou à luta, faz parte deste grupo.
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