Adufs participará dos protestos da Greve Contra a PEC 32 no próximo dia 18
10/08/2021
Nos dias 29 e 30 de julho, o Encontro Nacional dos Trabalhadores e
Trabalhadoras do Serviço Público encaminhou a realização de um Dia Nacional de
Mobilização/Greve Contra a PEC 32 no dia 18 de agosto. Será um dia marcado por
protestos e paralisação de servidores e servidoras públicas em todo o país
contra a principal ameaça de desmonte dos serviços: a Reforma Administrativa
(PEC 32). Participaram do Encontro docentes da Uefs e representantes da Adufs,
Elson Moura e Reinalda Oliveira. Reunido na noite de segunda-feira (9), o Comando
de Mobilização de professores da Uefs deliberou sobre as ações que devem
ocorrer no próximo dia 18. Entre as ações está a intensificação da participação
nas redes sociais através do compartilhamento de informações sobre a Reforma e
a construção do ato junto à Frente Fora Bolsonaro de Feira de Santana.
Os protestos realizados nos últimos meses contra o governo Bolsonaro
foram importantes na construção deste ato por ter agregado a pauta do
funcionalismo público contrário à Reforma Administrativa. No dia 18, mais uma vez, a Campanha Fora
Bolsonaro estará nas ruas junto aos servidores e servidoras para lutar em
defesa dos serviços públicos, apontando a responsabilidade direta do presidente
da república no processo iminente de destruição do funcionalismo.
A Proposta de Emenda Complementar (PEC 32) que transita na Câmara dos
Deputados é uma ameaça ao funcionalismo público do país e, se aprovada, trará
danos irreversíveis a à oferta de
serviços. A narrativa colocada pelos apoiadores da Reforma é a de que a PEC
deve retirar privilégios dos servidores e servidoras e enxugar a máquina
pública ao reduzir os gastos com pessoal.
Através de um discurso falacioso que coloca servidores como
privilegiados, os apoiadores da Reforma tentam conseguir a aprovação pública da
proposta; primeiro, ao deslocar os profissionais da categoria de classe
trabalhadora, numa evidente tentativa de diferenciá-los enquanto trabalhadores
e trabalhadoras para produzir a falsa impressão de que este grupo já detém
privilégios demais e não pode ser considerado como sendo formado por trabalhadores
comuns, portanto, não tem direito de exigir melhorias. Em segundo, e por
consequência do primeiro, através da comparação entre os tipos de serviços e
comparação de condições trabalhistas entre servidores e trabalhadores comuns,
os apoiadores da Reforma tentam culpabilizar o funcionalismo público pelos
gastos excessivos promovidos nas três esferas do poder para legitimar a
proposta.
Por trás deste discurso se escondem, no entanto, o avançado processo de
sucateamento e precarização das condições trabalhistas que tendem a penalizar
ainda mais a população pobre que acessa, em maioria absoluta, os serviços
públicos de forma exclusiva. Ao contrário do que dizem, a PEC 32 não influencia
somente a vida dos trabalhadores e trabalhadoras dos serviços públicos, embora
por si só esta já seria uma justificativa suficiente para barrar a Proposta.
Mas ela ainda vai além; com a aprovação da PEC abre-se caminho para uma
descontrolada privatização dos serviços públicos que culminará na imediata
suspensão de serviços, fechamento de unidades básicas de saúde, creches e
escolas. O aumento da contratação de pessoal, sem os concursos públicos, deve
ampliar o processo de apadrinhamento de empregos, principalmente, fora dos
grandes centros onde famílias se perpetuam no poder e ditam as regras locais
através da garantia de trabalho.
Sem garantia de estabilidade, servidores e servidoras não terão
autonomia para conduzir os seus trabalhos por meio de princípios básicos da
Administração Pública, o que favorecerá somente aos detentores do poder que se
utilizam da máquina pública para benefício pessoal, mas não têm suas
sobrevivências comprometidas por ela.
A Greve Contra a PEC 32 no dia 18 de agosto, próxima quarta-feira, deve
chamar atenção para estes pontos enfatizando a importância de toda a classe
trabalhadora e população em geral se unir contra esta proposta.
Ato em Feira de Santana
Em Feira de Santana, a Frente Fora Bolsonaro
se reunirá no próximo dia 16 para discutir o ato que será realizado no dia 18
em frente aos Correios. O local escolhido é uma manifestação de apoio à luta
dos trabalhadores e trabalhadoras dos Correios contra a privatização da estatal
que já foi aprovada pela Câmara dos Deputados e agora segue para o Senado
Federal. Além disso, a Frente está fazendo uma convocatória para que sindicatos
de servidores e servidoras façam assembleias para aprovar a paralisação no dia
18 e somar a luta em defesa dos serviços públicos.
Na Adufs, a paralisação das atividades no dia
18 foi uma deliberação da Assembleia realizada no último dia 04 fortalecendo os encaminhamentos definidos no Encontro Nacional de Trabalhadores
e Trabalhadoras do Serviço Público que aconteceu nos dias 29 e 30 de julho.