Governo privatiza a maior empresa de energia elétrica da América Latina
03/08/2021
Para evitar o que chamou de "caos
no sistema energético", o presidente Jair Bolsonaro, com o apoio da sua base
governista, conseguiu aprovar, no mês de junho, a privatização da Eletrobras. A
proposta tramitou no Congresso Nacional por meio da Medida
Provisória (MP) 1031/21, o que dificultou um debate mais amplo por
conta do prazo de vigência da MP que é de 60 dias, prorrogável uma vez por
igual período. Atualmente, a Eletrobras é vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME)
e responsável por 30% da energia gerada no país.
Fernando
Fernandes, da Coordenação Nacional do Movimento dos Atingidos por
Barragens (MAB) e da Plataforma Operária e Camponesa da Água e Energia (Pocae afirma que "todas as evidências, levantadas
pelo MAB junto com outras organizações, apontam que os reservatórios foram
esvaziados propositalmente pelas empresas. Com isso, elas acionam as bandeiras
tarifárias e garantem um aumento da conta de luz, e, consequentemente, a
ativação das termoelétricas, que também são de posse das empresas que ativam um
mecanismo de aumento das contas de luz".
As novas ações da
Eletrobras, que serão vendidas no mercado sem a participação do governo,
resultam na perda do controle acionário de voto majoritário mantido atualmente
pela União. A venda de ações deve reduzir a participação da União na companhia
para 45%. A medida permite a concessão de exploração de usinas para as empresas
privadas por um período de 30 anos. Segundo especialistas do setor
elétrico, a privatização da maior empresa de energia elétrica da América Latina trará graves consequências à população brasileira e à economia do
país, como o aumento de tarifas, desindustrialização
e desemprego, possibilidade de
novos apagões, crimes sociais e ambientais, violação de direitos, ataques à
soberania energética do país, entre outros.
Fonte: ANDES-SN, com edição.