Encontro Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras do Serviço Público discutirá estratégias para barrar aprovação da PEC 32
27/07/2021
Nos próximos dias 29 e 30
de julho, centrais sindicais, entidades e organizações de todo o país
realizarão o I Encontro Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras do Serviço
Público para discutir estratégias de enfrentamento contra a aprovação da
Reforma Administrativa que propõe, entre outros ataques, o fim da estabilidade
dos servidores e servidoras após três anos de serviço efetivo, além de impor
medidas mais exigentes para promoções. O Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores
Públicos Federais (Fonasefe) é
uma das organizações que está à frente da construção do Encontro. Para
participar, basta preencher o formulário no link.
A Reforma Administrativa que tramita no Congresso
Nacional como Proposta à Emenda Constitucional (PEC 32) é justificada pelos
seus defensores parlamentares como uma forma de contenção de gastos e melhora
dos serviços públicos. Enquanto o governo federal possui mais de 12 mil cargos
de livre nomeação, insiste na falácia de que servidores e servidoras públicas
são os responsáveis pelos altos gastos do Estado. Em termos de comparação, os
Estados Unidos que tem população 40% maior tem somente 2,5 mil cargos
comissionados.
O que o governo chama de "melhorar os serviços
públicos" se configura em total desestabilização dos serviços ao retirar dos/as
servidores não apenas a estabilidade para os que ingressarão após uma possível
aprovação da PEC 32, mas também torna frágil as regras para a demissão dos que
já estão concursados, o que hoje só pode
acontecer por meio de justa causa, por alguma falta funcional ou por uma decisão
judicial, isso se o processo tiver transitado em julgado, ou seja, só se
estiver definitivamente encerrado. Sob as novas regras da PEC, já na segunda
instância a demissão será possível.
Se tratando de um governo repleto de denúncias
sobre perseguição a funcionários públicos, que formaliza até mesmo lista com
nome de servidores e servidoras considerados subversivos por ir de encontro às ideologias
fascistas defendidas pelo representante maior da nação, como é possível esperar
que a falta de estabilidade na carreira de servidores/as pode ocasionar em
melhoras do funcionalismo público que já vem sendo comprometido com sucessivos
cortes orçamentários que, inclusive, inviabilizam a oferta de serviços para a
população mais vulnerável, em sua maioria, pobre e preta?
Estas questões serão enfatizadas durante o
Encontro nos dias 29 e 30 que foi precedido de uma série de plenárias
organizativas, realizadas com entidades e organizações que tinham por objetivo
unificar a discussão com a construção de Fóruns Estaduais para que as
mobilizações sejam construídas de forma a incluir um maior número de
representações e articular estratégias conjuntas para pressionar deputados e
deputadas a votar contra a PEC que deve ser colocada na pauta do Congresso já
na primeira semana de agosto.
O Encontro pretende ainda debater uma
paralisação nacional de servidores e servidoras inicialmente programada para o
próximo dia 18 de agosto com o objetivo de conscientizar a população sobre os
riscos de aprovação da PEC. O ato deve contar com protestos em todo país e
distribuição de material informativo.
O I Encontro Nacional de Trabalhadores e
Trabalhadoras do Serviço Público que será realizado através da internet, tem
início às 19 horas do dia 29 (quinta). Já no dia 30 (sexta), será lançado o
Plano Nacional de Mobilização, às 17 horas, após discussão em Plenária que terá
início às 09 horas. O evento acontece num momento de grande evidência da
importância dos serviços públicos e dos/as servidores/as através dos trabalhos
que vêm sendo realizado pelas instituições públicas, principalmente, na área de
saúde no combate à Covid-19.