Adufs compõe carreata que marca o Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores e das Trabalhadoras
01/05/2021
Nas ruas, diversas vozes e um só grito. Um berro que unifica a todos em torno de pautas diversificadas, mas que se centralizam na defesa do direito à vida dos trabalhadores e das trabalhadoras e no compromisso em demarcar posição contrária à política genocida do governo Bolsonaro. Assim foi realizada neste sábado (1º), em Feira de Santana, uma carreata para marcar o Dia Internacional de Luta da Classe Trabalhadora. Além de colaborar com a construção do ato público, a diretoria da Adufs participou do protesto no município e na capital baiana. Outros professores da Uefs também se somaram às mobilizações.
Mesmo sob forte chuva, os participantes fizeram questão de manter-se presentes. Ao longo do percurso, durantes as falas, os manifestantes condenaram as constantes investidas dos governos federal, estadual e municipal contra trabalhadores e reafirmaram que tais ataques foram agravados com a eleição, para a presidência da República, de Jair Bolsonaro. Houve graves denúncias ao governo Rui Costa, responsável por, entre outros desmandos, cortar e até extinguir direitos trabalhistas dos servidores públicos baianos. Não ficou fora das críticas o prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins, que retirou centenas de vendedores ambulantes dos seus pontos de trabalho e deixou a grande maioria relegada à fome, cortou salários dos professores da rede municipal e não apresenta políticas públicas que atendam às reais necessidades dos trabalhadores da zona rural do município.
Os presentes à carreta reivindicaram: garantia de emprego, direitos e salários dos trabalhadores; retorno imediato do auxílio emergencial de, no mínimo, R$ 600 para que as famílias consigam sobreviver durante a pandemia; vacinação para todos; defesa do SUS; contra a reforma administrativa que ataca os serviços públicos e os trabalhadores envolvidos no atendimento direto à população; por subsídio aos pequenos comerciantes da cidade e do campo e contra o Projeto de Lei (PL 559520) que expõe a comunidade educacional ao vírus da Covid-19, ao incluir a educação como atividade essencial e aprovar o retorno presencial das aulas na educação básica e superior.
Foto: diretoria da Adufs
Professores da Uefs também foram às ruas em Salvador
Foto: diretoria da Adufs
Adufs
Em sua fala, o diretor da Adufs, Elson Moura, frisou estudos feitos por entidades seriamente comprometidas com a saúde da população Brasileira para evidenciar que negros e pobres são os mais impactados pela Covid-19. Uma dessas pesquisas pertence ao Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde da PUC-Rio, que confirma que pretos e pardos morreram por Covid-19 mais do que brancos no Brasil. Ainda conforme o Núcleo, a desigualdade social tem impacto direto nos óbitos entre os mais pobres e com menor escolaridade. Ou seja, racismo, desigualdades sociais, acesso desigual a sistemas de saúde, moradia inadequada e impossibilidade de se isolar colocam a população mais vulnerável como a mais afetada pela pandemia.
“Estatísticas sérias mostram que o vírus escolhe classe social, sim! A Covid-19 está matando preto e pobre e uma outra parte da classe trabalhadora está ficando em casa, sem emprego e sem condições de sobrevivência. A classe trabalhadora precisa de vacina no braço, comida no prato e retorno do auxílio emergencial de, pelo menos, R$ 600. O projeto político do prefeito de Feira de Santana também foi citado como um péssimo exemplo no trato à população. Este ano, assim como ocorrido em 2020, Colbert Martins manteve o projeto de limpeza do Centro da cidade, expulsando centenas de trabalhadores que há anos sustentam suas famílias através do comércio informal. A Adufs soma-se a essa luta unificada contra os desmandos dos governos federal, estadual e municipal”, disse.
A carreata que marcou o Dia Internacional de Luta da Classe Trabalhadora, neste sábado (1º), foi realizada nacionalmente por diversas entidades, movimentos sociais e partidos políticos. Em Feira de Santana, o protesto concentrou-se em frente ao Terminal Central. Depois, seguiu pela Avenida do Canal, bairros Rua Nova, Sobradinho e Cidade Nova, Avenida Fraga Maia, bairro Mangabeira, avenidas Iguatemi, Ayrton Sena e João Durval, terminando no bairro Tomba. Foram contabilizados cerca de 70 veículos.
É importante que os trabalhadores continuem e intensifiquem as mobilizações, atentando para as orientações indicadas pelas autoridades mundiais de saúde para evitar a contaminação pela Covid-19. Somente a luta será capaz de reverter os ataques em curso pelos governos.
Diretor da Adufs reforçou que a Covid-19 predica mais os negros e os pobres
Foto: Diretoria da Adufs