Expectativa para gestão da Unidade para Lutar no Andes-SN é de aumento da representatividade das Universidades Estaduais na Executiva Nacional

10/11/2020

No último sábado (07), foi divulgado o resultado das Eleições do Andes-SN que aconteceu entre os dias 03 e 06 de novembro, no formato telepresencial. Com 7.086 votos, a Chapa 1 – Unidade Para Lutar foi eleita para a diretoria do Andes-SN para o biênio 2020-2022. No total, 12.856 docentes participaram da eleição, o resultado oficial foi divulgado nesta terça (10) e a chapa eleita será empossada em dezembro, durante o 10º Conad Extraordinário que ainda não foi convocado.

Entre os membros da nova gestão (confira a nominata completa da chapa Unidade para Lutar), está a professora da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Reinalda Souza, no cargo de 2º secretária da Regional Nordeste III. Para a professora, a expectativa com a vitória da Chapa 1 é continuar na luta e aumentar o enfrentamento, principalmente, no cenário político atual: “Nesse contexto de retirada de direitos, onde o trabalhador está sendo perseguido, a vitória da Chapa Unidade para Lutar foi muito importante, porque nós defendemos um sindicato que não tenha nenhuma relação com partido político, com isso a gente fica livre para brigar seja em qual contexto for. O sindicato não está aqui para defender política de partidos, estamos aqui para defender o trabalhador, o professor. A gente se torna livre quando toma esta postura. Então, a. expectativa é de muita luta, a gente sabe que vai enfrentar momentos muito tensos porque a política bolsonarista é de retirada de direitos. Ou a gente parte pra luta, briga, denúncia ou não vai conseguir nada”, afirmou
A professora Reinalda Souza destacou ainda a presença dos professores Milton Ribeiro (UNEB) e Luiz Blume (UESC), nos cargos de 1º vice-presidente e 3º secretário geral, respectivamente, como mais um ponto positivo na eleição da Chapa 1: “Com eles, a presença das Universidades Estaduais estará muito bem representada. Teremos excelentes companheiros e excelentes professores para tornar ainda mais visíveis os problemas das Estaduais da Bahia”, disse. A própria presidente eleita, a professora Rivânia Lucia Moura de Assis, é docente da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN) e deve ampliar essa representatividade.

Quanto a sua participação na chapa representando a NE 3, a professora Reinalda enfatizou que podemos esperar muita dedicação e luta por melhorias para as universidades, principalmente, levando as demandas da UEFS para a Executiva Nacional.

Entre os desafios para a nova gestão do Andes-SN, está a luta contra a contingência orçamentária, promovida tanto pelo Governo Estadual, como Federal, em um evidente projeto de sucateamento das instituições. Além disso, destacamos o enfrentamento aos ataques à autonomia das universidades com a autoritária intervenção do presidente Bolsonaro, que vem desrespeitando o processo de escolha dos/as reitores/as, sem escolher os primeiros colocados na lista tríplice. Ainda mais desafiadora para a gestão, será o processo de organização das lutas contra o fascismo e em defesa da preservação dos valores democráticos.

Paridade de Gênero nas Eleições

Nas Eleições do Andes-SN, pela primeira vez, a paridade de gênero foi assegurada na composição das chapas, como deliberado no 38º Conad, em 2018, realizado em Belém/ PA. Para a professora Reinalda Souza, esta é uma vitória significativa em defesa do direito das mulheres: “Nós vivemos em um país extremamente machista, um governo misógino e machista, então essa representação feminina é muito importante porque nos dá autonomia. Nós não ficaremos dependentes do entendimento masculino, teremos a presença feminina com seus desafios que são completamente diferentes daqueles impostos aos homens. A gente passa a ter esse equilíbrio dentro da gestão”, enfatizou.

As Eleições do Andes-SN deram seguimento a um movimento que ocorre no contexto político nacional. A Emenda Constitucional (EC) 97/2017 vedou, a partir deste ano, a celebração de coligações nas eleições proporcionais para as Casas Legislativas, o que influencia diretamente nas cotas de gênero. Isso porque o preenchimento da cota que antes podia acontecer por via das coligações, a partir de agora, precisa ocorrer dentro de cada partido. 

Com a alteração da política de cotas, somada a decisão do STF de equilibrar equitativamente a distribuição de recursos, espera-se corrigir também as questões relativas a subrepresentatividade de candidaturas femininas que, em diversos momentos, se colocavam apenas como “laranjas” para que os partidos cumprissem o preenchimento mínimo necessário de 30%, mas não recebiam investimentos para a realização de uma campanha real.  

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