Eleições Municipais 2020 são oportunidade de combate à guinada ultraconservadora no país

03/11/2020

Excepcionalmente, neste ano, as Eleições não aconteceram em outubro em decorrência da Pandemia, e serão realizadas no próximo dia 15. Diante de um cenário de crises, retrocessos e tentativas de destruição das instituições públicas, escolher candidatos e candidatas que representem os interesses da população mais vulnerável é indispensável para todo (a) cidadão (ã) comprometido (a) com a luta social.

Há quase dois anos, acompanhamos os resultados catastróficos de um processo eleitoral marcado por fake news, ódio, desinformação. A eleição do Governo Bolsonaro, em 2018, deu início a uma guinada da direita ultraconservadora no Brasil que ameaça a democracia. Com a Pandemia desde março, e a pífia atuação do Governo diante da crise, a situação da população se agravou ainda mais.

Segundo o IBGE, nos últimos 3 meses, o desemprego no Brasil bateu recorde e chegou a 14,4%. Foi um aumento de 1,1 milhão de desempregados chegando à marca de 13,8 milhões. O percentual de pessoas entre 18 a 24 anos desempregadas é 16,4 pontos maior em relação ao da população geral no Brasil.

A miséria e a fome também aumentaram. A estimativa do Banco Mundial é de que cerca de 14,7 milhões de brasileiros, em torno de 7% da população nacional, passem fome até o final de 2020. A desigualdade social, responsável por permitir que, em um país rico em recursos naturais como o Brasil, pessoas vivam em situação de miséria e fome se amplia cada dia mais. Sem contar o aumento da violência, destruição dos recursos naturais e incentivo à práticas discriminatórias. Há muito pelo que lamentar, enfrentar e resistir.

A onda populista que varreu o mudo nos últimos anos e ajudou a eleger Bolsonaro, pode ganhar força novamente. Sob tensão, o mundo acompanha a disputa em solo norte-americano que pode mais uma vez culminar na eleição de Trump, uma inspiração para o presidente. No Brasil, acompanhamos nas pesquisas uma tendência de queda dos candidatos alinhados com o governo Bolsonaro, mas engana-se quem acredita em um provável fim do avanço da extrema direita. As fake news permanecem sendo a principal fonte de desinformação de um governo que tem sede autoritária e nenhuma preocupação com a implementação de políticas públicas de redução das desigualdades sociais. Não se sabe qual será a próxima mentira que Bolsonaro vai utilizar como cortina de fumaça para encobrir alguma perversidade contra a maioria da população, sabe-se apenas, pelo histórico de crueldades, que ela virá.

Por isso, as Eleições Municipais são ainda mais importantes. Eleger candidatos e candidatas, progressistas, comprometidos (as) com pautas ligadas às minorias, aos direitos humanos, à classe trabalhadora e às instituições públicas, é determinante para os rumos do nosso país e representará o fortalecimento de valores democráticos que vêm sendo fortemente combatidos por meio de ações perversas tanto no âmbito estadual, quanto federal. As Eleições Municipais são a porta de entrada para as Eleições de 2022.

Por meio do voto, é possível mudar os rumos do país ou, no mínimo, pressionar os (as) representantes por mudanças concretas. Não basta votar, é necessário escolher representantes que ampliem a representatividade nas câmaras e nas prefeituras, que tornem o espaço político mais diverso, inclusivo, mais democrático. O combate às desigualdades começa com a sua redução nos espaços de poder. Busque informações dos seus candidatos e candidatas, informe-se sobre suas plataformas de campanha, histórico de lutas e interesses. A democracia se fortalece quando os (as) nossos (as) representantes estão alinhados com o seus valores, compreendendo-os como pautas inegociáveis. 

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