Entrevista: Solidariedade em tempos de pandemia

28/04/2020

Além de lugares de expressão da fé, várias igrejas, centros e outros espaços religiosos têm também papel fundamental, em muitas comunidades, na concentração de ações de solidariedade voltadas para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Porém, com a pandemia do novo coronavírus, esses locais tiveram de fechar as portas, para diminuir a aglomeração de pessoas. No entanto, diversos líderes religiosos no país se negaram obedecer as regras de isolamento, postura que gerou muitas críticas. Outra questão que também tem dificultado o combate à Covid-19 é o fundamentalismo religioso, que dissemina, entre os fiéis, a descrença no conhecimento científico e, consequentemente, nas orientações dos órgãos de saúde pública para evitar a contaminação.

Para discutir essas questões, a imprensa do ANDES-SN conversou com o pastor evangélico Henrique Vieira, da Igreja Batista do Caminho de Niterói (RJ). Vieira é professor, cientista social, historiador, teólogo, pastor e ator. Militante de direitos humanos desde a adolescência, ele atua junto a diversos movimentos sociais no Rio de Janeiro e foi vereador pelo PSol na cidade de Niterói, entre 2012 e 2016.

ANDES-SN: Como o extremismo religioso impacta nas medidas de combate ao novo coronavírus?

Pastor Henrique Vieira: O extremismo religioso é pautado num fanatismo que inviabiliza o diálogo, a escuta, a convivência fraterna. Por tanto, pressupõe uma verdade absoluta fechada em si mesma, que não consegue lidar com a diversidade, por um lado, e com o acúmulo do conhecimento humano produzido ao longo da história, por outro.

Fonte: ANDES-SN, com edição.  

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