Nota de Pesar - Sra. Dione Prates Santos
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"Capitalismo e Educação - Lutas internacionais e nacionais pela educação pública” foi o tema que abriu os debates do III Encontro Nacional de Educação. A mesa teve três mulheres como palestrantes: Maria de La Luz Arriaga (professora do México), Nara Cladera (professora da França) e Virgínia Fontes (professora da UFF). As discussões dessa mesa e das demais irão subsidiar os debates nos grupos de trabalho, que se reúnem na tarde de sábado (13).
Maria de La Luz Arriaga, que também participa Coalisão Trinacional em Defesa da Educação Pública – seção Canadá, Estados Unidos e México, iniciou a palestra destacando o momento histórico da luta atual. Fez uma análise conjuntural do acirramento da retirada de direitos e dos pontos em comum nos ataques aos trabalhadores e trabalhadoras e à educação pública e gratuita. “A educação como direito social se encontra em perigo. O projeto de educação está em disputa”, alertou.
A professora mexicana propôs uma reflexão sobre quais são as condições, estratégias e desafios da luta pela educação pública. Abordou a reestruturação dos sistemas educacionais e o avanço da privatização e mercantilização do ensino. Segundo ela, as milhares de escolas no mundo representam um grande negócio. E abrem espaço para ampliar o controle social e formação de mão de obra para atender à demanda do mercado.
A docente do México elencou outros mecanismos comuns de ofensiva à educação, como a restrição fiscal e o desvio de recursos públicos para a educação privada. A criminalização das lutas, o ataque à autonomia universitária também foram estratégias apontadas por Maria de La Luz.
Ela citou, como exemplo, os processos de avaliação docente no México. Em seu país, essa alteração na Constituição acabou com a estabilidade dos professores, os quais podem ser demitidos caso reprovem. Criticou também uso dos exames padronizados para avaliação estudantil, que classificou como praga.
“São mandeiras de segmentar as populações, de excluir e descriminar”, disse. “O que acontece aqui no Brasil, acontece na Argentina, no México. As políticas são internacionais. Se impõem através de organismos internacionais”, acrescentou.
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