Nota de Pesar - Sra. Dione Prates Santos
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O debate, no ambiente acadêmico, sobre gênero e violência foi destacado como necessário pelos presentes à mesa da Aula Magna da Uefs, na última terça (12). A palestrante foi a professora da Universidade Federal do Mato Grosso (Ufmt), Qelli Rocha.
A diretora da Adufs, Pricila Araújo, compôs a mesa do evento e mediou o debate ao final da explanação da palestrante. Ao pronunciar-se, a sindicalista deu as boas-vindas à comunidade acadêmica e ressaltou a importância do tema para toda a comunidade acadêmica, principalmente para as mulheres.
Pricila Araújo também informou que a diretoria tem se empenhado em ampliar a discussão sobre o assunto na Uefs através da organização de debates e participação na Comissão de Convivência da instituição. Além disso, destacou as lutas travadas no âmbito nacional, via participação nas atividades organizadas pelo Grupo de Trabalho de Políticas de Classe, Questões Étnico-raciais, Gênero e Diversidade Sexual do ANDES-SN (GTPCEGDS), do qual a diretoria fez parte.
Diretoria da Adufs compôs a mesa da Aula Magna
Foto: Ascom/Uefs
Palestra
Em sua fala, a professora Qelli Rocha, também coordenadora do Grupo de Estudos sobre Identidade de Gênero e Sexualidade da Ufmt, afirmou que a sociedade se assenta sob a estrutura do capitalismo e do patriarcado, caracterizada por uma autoridade institucionalmente imposta pelo homem sobre a mulher, pela opressão e violência de gênero. Segundo a docente, as opressões são naturalizadas com o desenvolvimento das forças produtivas do sistema capitalista.
“O sistema capitalista determina a divisão social, sexual e técnica do trabalho. Define o ambiente doméstico como feminino, privado e inferior, enquanto o espaço público é masculino. Essa dicotomia relega uma posição de subalternidade à mulher - uma forma de violência de gênero naturalizada pelos meios de comunicação de massa”, avaliou. Segundo Quelli Rocha, a imprensa atua como difusora de mensagens machistas, o que colabora com um outro problema, que é o processo de “coisificação/mercantilização do corpo feminino”.
Em agosto, Qelli Rocha deu uma entrevista para a Adufs sobre o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, lembrado no dia 29 daquele mês.
Escolha do tema
A temática abordada na Aula Magna foi sugerida pela diretoria da Adufs em função da necessidade de discussão do tema, haja vista os casos de violência contra as mulheres em diferentes espaços da sociedade, inclusive nas instituições.
“Em agosto, a Lei Maria da Penha completou onze anos. Apesar de alguns avanços, ainda existe muito desrespeito, agressão e violência contra a mulher. A academia, por ser um espaço de formação de cidadãos-profissionais, deve promover este debate. A sugestão do tema foi amadurecida juntamente com o Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre a Mulher e Relação de Gênero da Uefs (Mulieribus)”, disse a diretora Pricila Araújo.
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