Violência e gênero em debate na Uefs

05/07/2017

A introdução do debate sobre gênero nos espaços institucionais, inclusive nas universidades, é essencial para entendimento da construção das relações na sociedade, segundo Maria Aparecida Prazeres Sanches, membro da Comissão contra a Violência de Gênero na Uefs, e Sônia Lima de Carvalho, integrante do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre a Mulher e Relação de Gênero da Uefs (Mulieribus). Ambas compuseram a mesa do debate sobre o tema Segurança na Uefs: Uma Questão de Gênero?, organizado pela diretoria da Adufs.

Para Maria Aparecida Prazeres, as relações interpessoais são marcadas pela influência da cultura patriarcal, que subjuga as mulheres, principalmente as negras e pobres, e estabelece padrões de comportamento. Alguns desses padrões, produzidos e reproduzidos socialmente, em diferentes espaços, legitimam a violência contra a mulher. Por isso, a professora defende que discussão sobre a violência contra a mulher deve ser abordada em locais que possibilitem o exercício da cidadania, através da participação ativa das pessoas. “Enquanto comissão, propomos que a universidade estimule a reflexão sobre o assunto e seja repensada a partir da naturalização das violências de gênero, que estão sendo perpetuadas cotidianamente”.

Sônia Lima de Carvalho reforçou a fala da integrante do Mulieribus e disse que a universidade, por se caracterizar como espaço de formação de cidadãos-profissionais, não deve se eximir de discutir gênero. “As instituições não estão isentas do patriarcado. Sendo assim, também possuem casos de violência de gênero. Temos o papel de fazer o debate acontecer aqui para que haja resistência”, disse.

A diretora da Adufs, Ana Cerilza Mélo, que juntamente com o diretor Francisco José Bezerra Souto compuseram a mesa do debate, falou sobre a apresentação do diagnóstico sobre a segurança no campus, no dia 27 de junho, e relatou a preocupação da Comissão de Segurança da Uefs, da qual faz parte, em propor formas de melhorar a convivência no campus universitário.  

Diretores Ana Cerilza Mélo e Francisco José Bezerra (esquerda para a direita) coordenaram o debate

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