Mais de dez trabalhadores rurais são assassinados no Pará

29/05/2017

Uma chacina vitimou mais de dez trabalhadores rurais do município de Pau D’arco, no sul do Pará, no dia 24 de maio. Em nota, a Liga dos Camponeses Pobres (LCP) do Pará e Tocantins informou que a fazenda fica em terras públicas. De acordo com a entidade, a Fazenda Santa Lúcia era parte do império do pecuarista e madeireiro Honorato Babinski, que já morreu, mas os seus milhares de hectares grilados ficaram para sua mulher, segundo informações da entidade.

A Fazenda, que já esteve tomada pela LCP do Pará e Tocantins, foi alvo de reintegração, mas continua a luta pela sua posse. E depois de muitas reuniões, fechamentos de BR´s, audiências públicas e etc., ficou comprovado que, dos seus 800 alqueires, somente 200 eram documentados. Os outros 600 alqueires são terras do Estado.

A integrante do Setorial do Campo da CSP-Conlutas, Rose Pantoja, repudiou a ação e questionou a versão da Secretaria de Segurança do Estado de que estava cumprindo 20 ordens de apreensão de suspeitos pelo assassinato de um segurança da Fazenda Santa Lúcia. “O que aconteceu foi um massacre comandado pela delegacia de conflitos agrários (DECA) para defender o patrimônio dos fazendeiros que estão sendo questionados quanto ao direito à terra”, salientou.

Nesta região do Pará sempre houve muitos conflitos fundiários, com a grande grilagem de terras dominadas pelas grandes fazendas produtoras de gado e por terras improdutivas. De 1985 até 2016, foram encontrados 61 crimes onde três ou mais pessoas foram assassinadas ao mesmo tempo no mesmo local. De 2015 até maio deste ano, já ocorreram quatro massacres com um total de 30 mortos. Um dos casos históricos é o de Eldorado dos Carajás, no Pará, que aconteceu em 1996. Nesta chacina, 19 trabalhadores rurais sem-terra foram assassinados pela Polícia Militar, com sinais de execução.

Fonte: CSP-CONLUTAS, com edição.

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