Ataques dos governos Temer e Rui Costa marcam falas na abertura da Aula Magna

17/03/2017

As denúncias sobre os prejuízos causados à Uefs, em função da crise financeira imposta por Rui Costa, e sobre o encaminhamento de projetos, por parte do governo federal, contra a classe trabalhadora acompanharam o desejo de boas-vindas aos membros da comunidade acadêmica, na Aula Magna. A cerimônia, ocorrida quarta-feira (15), marcou o início do semestre letivo 2017.1.

A fala de cumprimento do reitor Evandro do Nascimento ressaltou o contínuo empenho da administração da Uefs para permitir o funcionamento das atividades diante da perda da autonomia universitária e dos prejuízos relacionados às restrições no orçamento. “O governo Rui Costa está repassando à instituição um valor mensal muito menor do que o determinado na cota. As atividades têm funcionado de forma precária. Também não temos mais controle sobre alguns processos administrativos. No entanto, a administração sempre tem se esforçado no sentido de garantir o ensino, a pesquisa e a extensão”, informou o gestor.

Presente à mesa, a diretora da Adufs, Marilene Lopes, lembrou que a data da Aula foi de mobilização em todo o país contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016 (que institui a Contrarreforma da Previdência), e o Projeto de Lei (PL) 6787/16, da contrarreforma Trabalhista. A docente ressaltou que diante da atual conjuntura, 2017 deve ser de intensa resistência. “Hoje é Dia Nacional de Lutas com Greves, Paralisações e Mobilizações. Trabalhadores e estudantes de todo o país estão em luta contra o fim da aposentadoria e dos direitos conquistados pelos trabalhadores. Na Bahia, os servidores e a educação pública são constantemente atacados. É urgente que todos se esforcem para tentar reverter as investidas em curso. Bem-vindos à luta”, disse.

A Aula Magna da última quarta (15) contou com a presença do professor Francisco Mata Machado Tavares, da Universidade Federal de Goiás (UFG), que proferiu palestra sobre o tema Segurança nas Universidades: experiências, soluções e tendências. O docente expôs os resultados da pesquisa científica que organizou naquela instituição com o objetivo de auxiliar a comunidade acadêmica na discussão de uma Política de Segurança, atualmente em fase de votação pelo Conselho Universitário. A proposta também foi utilizada na Universidade Federal de Minas Gerais (Ufmg) e na Universidade de São Paulo (USP).

Segundo Francisco Mata, a primeira conclusão feita com a pesquisa foi que a segurança nas instituições não está relacionada diretamente a crimes contra o patrimônio, furtos ou roubos, mas à homofobia, à discriminação de gênero, aos assédios moral e sexual. A segunda conclusão destacada pelo docente é que ações com enfoque preponderantemente preventivo, que considerem elementos como iluminação, ocupação de espaços vazios, e, às vezes, controle do acesso a lugares onde há bens de valor mais significativo, tendem a produzir melhores resultados do que políticas meramente coercitivas, a exemplo do policiamento nas instituições.

“A melhor política para as universidades é aquela gerada em um ambiente de livre e inclusivo debate entre os agentes sociais envolvidos no tema. Não existe uma política modelo a ser exportada para cada universidade porque elas têm realidades específicas. Eu acredito que a ciência (como a ciência social e a criminologia) pode ajudar com um diagnóstico e, a partir de então, a comunidade acadêmica terá a possibilidade de fazer um amplo e democrático processo de debate que gere uma política efetiva”, informou Francisco Mata.

Diretora da Adufs convocou os presentes à luta

Plano de Segurança Uefs
A Uefs possui uma Comissão de Segurança que se reúne periodicamente e, no momento, está na fase de definição das linhas de ação do Plano. A proposta é apresentá-lo para as entidades representativas dos professores, estudantes e técnico-administrativos para que colaborem com sugestões. Em seguida, o documento será apreciado por toda a comunidade acadêmica.

Para embasar as diretrizes a serem adotadas no documento, a Comissão analisou modelos de Planos de Segurança em vigência na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Organização das Nações Unidas (Onu) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A Comissão de Segurança é formada por representantes da Adufs, DCE, residência universitária, Sintest, reitoria e Consu.  

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