Aulas reiniciaram nesta quarta (1º)
31/01/2017
O semestre letivo 2016.1 foi retomado na Uefs nesta quarta-feira (1º), conforme o calendário definido pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe). A diretoria da Adufs saúda a comunidade acadêmica no retorno às atividades, desejando-lhe disposição renovada para a continuidade dos trabalhos e da luta na universidade, patrimônio do povo baiano que tem o importante papel de contribuir com a formação de cidadãos profissionais e éticos.
“É um retorno com gosto de velho. Não apenas porque ainda finalizaremos o semestre 2016.1, mas porque os problemas que levaram às várias atividades de luta no ano passado ainda persistem. É importante que tenhamos disposição não apenas para continuar nossas atividades acadêmicas, mas, também, para ir às ruas na defesa do nosso projeto de universidade pública, gratuita e de qualidade socialmente referenciada que, nesse momento, está sob forte ameaça motivada por interesses financeiros do grande capital”, disse Gean Santana, diretor da Adufs.
O ano começa com a conturbada herança deixada pelo governo Temer e pelo Congresso Nacional em 2016, período marcado pela intensificação da retirada de investimentos em serviços públicos e por profundas investidas contra os direitos garantidos por lei. Na Bahia, onde o governador segue a mesma cartilha, os cortes no orçamento destinado à educação pública superior limitam cada vez mais as atividades nas universidades estaduais.
Em função da redução no orçamento, na Uefs, assim como nas demais universidades estaduais baianas, se agravam problemas recorrentes em anos anteriores, como a falta de pagamento dos terceirizados. Este mês, a história novamente se repete na instituição feirense e deixa sem salários os funcionários do setor de jardinagem, telefonia e manutenção, que não têm previsão de receber os pagamentos. Direitos trabalhistas dos servidores também são desrespeitados e as atividades acadêmicas ficam cada vez mais prejudicadas.
Além dos cortes, o recurso destinado às universidades ao longo dos anos não recompõe as perdas decorrentes da inflação. Segundo a Assessoria Técnica e Desenvolvimento Organizacional da Uefs (Asplan), considerando-se as perdas inflacionárias de 2013 até 2016, a instituição acumula um déficit orçamentário de, aproximadamente, 50 milhões. Com recurso inferior ao necessário para pagamento das demandas, as Despesas de Exercícios Anteriores (DEA), que correspondem ao que deixou de ser executado ao final de cada exercício e deverá ser empenhado com o orçamento do exercício seguinte, têm crescido bastante nos últimos quatro anos. Ainda conforme a Asplan, o DEA de 2016 com reflexo em 2017 pode chegar a 7 milhões.
A diretoria da Adufs entende que, por conta do atual cenário nacional e estadual, muitos serão os desafios, e que, por isso, não há alternativa aos professores que não seja a mobilização em defesa do setor público, das Ueba e pelo Fora Temer. “Precisamos lutar de forma unificada, inclusive com outras categorias de trabalhadores, contra as medidas impostas em nível estadual e federal visando a retirada de direitos e a destruição do serviço público. É importante que nos fortaleçamos para reverter os ataques que estão por vir, que além dos cortes orçamentários à educação incluem as reformas da Previdência e a Trabalhista”, ressaltou Elson Moura, diretor da Adufs.