Seção Sindical UFRGS rechaça possível alteração no programa de ações afirmativas da Universidade

23/09/2016

A política de cotas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) sofre ameaças. A Pró-Reitoria de Graduação encaminhou para o Conselho Universitário (Consun) uma série de alterações em artigos da decisão 268/2012 do Consun, que implementa o Programa de Ações Afirmativas na Universidade. Uma das mudanças propõe a revisão na política de preenchimento de vagas da instituição, separando os processos de ampla concorrência e de cotas, nos próximos vestibulares. As propostas serão votadas pelo Consun nesta sexta-feira (23).

Se aprovada a proposta, o estudante que tiver interesse em concorrer pelas cotas, o fará apenas com os demais cotistas de sua categoria, o que limitaria sua possibilidade à 12,5% das vagas oferecidas na UFRGS. De acordo com a regra atual, os estudantes que se encaixam no perfil das cotas, concorrem com os demais, no caso de boa classificação geral, e tem a oportunidade de seleção também pelas cotas, o que representa um percentual de 62,5% das vagas.

Há uma ampla mobilização contrária à proposta, tanto por parte da comunidade acadêmica quanto de diversos movimentos sociais – em especial os movimentos negros e a Frente Gaúcha Escola Sem Mordaça. Para a diretora da Seção Sindical do ANDES-SN na UFRGS, professora Elisabete Búrigo, quaisquer mudanças no programa de Ações Afirmativas não podem ser decididas burocraticamente, nem pela pró-reitoria e nem pelo próprio Conselho, sem um amplo debate com a comunidade acadêmica. “Esperamos que a proposta não seja aprovada, já que essa mudança contraria o espírito das Ações Afirmativas, sendo portanto passível de questionamento judicial. A expectativa é de que isso seja resolvido por meio de debate político dentro do Conselho Universitário” disse a docente.

Fonte: ANDES-SN, com edição.

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