Fetrab não avança com a proposta da Greve Geral, mas Fórum das ADs segue empenhado na construção da unidade na luta

22/07/2016

Mesmo diante da iminente ameaça de projetos que, se aprovados, destruirão o setor público e a carreira dos servidores, o indicativo de Greve Geral do funcionalismo, defendido pelo Fórum das ADs e indicado na plenária da Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia (Fetrab), ocorrida no dia 30 de junho, não foi encaminhado para apreciação das bases nas assembleias dos sindicatos. O Fórum, que prima pela defesa intransigente dos trabalhadores e das instituições públicas, continuará firme e empenhado na construção da unidade na luta.

Em plenária da Fetrab, ocorrida quinta (21), apenas dois sindicatos, além das associações docentes das Ueba, informaram ter aprovado o indicativo de Greve Geral dos servidores públicos estaduais. A direção da Fetrab alegou suposta dificuldade financeira e a desmobilização das categorias como impeditivos à deflagração do movimento paredista. Para o Fórum das ADs, que não é filiado à Federação, afirmar que os servidores não estão mobilizados sem ao menos consultá-los expressa, na verdade, apenas o desejo das diretorias das entidades que compõem a Federação em não avançar na construção do movimento e, pior, em evitar o confronto com os projetos governistas.

“Dificuldade financeira nunca foi impeditivo para avançar o processo de mobilização. A postura dos sindicatos representa uma grande contradição, se considerarmos o atual quadro de ataques dos governos aos serviços públicos, a exemplo da possibilidade da aprovação do Projeto de Lei (PL) 257/2016 e da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241/2016”, criticou Gean Santana, diretor da Adufs.

Convém lembrar que em momentos anteriores já houve, por parte da diretoria da Fetrab, recusa em combater o governo estadual e disposição em fechar acordos que acabaram prejudicando os trabalhadores. Em 2015, os dirigentes da Federação sentaram à mesa com os representantes de Rui Costa e acordaram o pagamento parcelado do reajuste linear, o que impôs grandes perdas aos servidores. Na época, a proposta foi para pagamento feito em duas parcelas, sendo 3,5% retroativo a março e 2,81% em novembro. Contrário, o movimento docente defendeu o reajuste pelo índice de inflação anual do IPCA/IBGE, calculado para 2014 em 6,41%, retroativo a janeiro, em parcela única de acordo com o artigo 37, incisos X e XI da Constituição Brasileira.

Apesar da omissão da maioria dos sindicatos da base da Fetrab às investidas dos governos, o Fórum das ADs não irá dar as costas aos trabalhadores. Por isso, reafirma a necessidade de convocar a unidade na luta contra o reajuste zero, o PL 257, a PEC 241/2016 e a contrarreforma da Previdência Social. Dispostas, as diretorias das Associações Docentes continuarão empenhadas em defender as Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) e cobrarão do governo Rui Costa respostas à pauta protocolada em dezembro de 2015. Após a nova reunião com o secretário da Educação, dia 9 de agosto, serão definidos os próximos passos das mobilizações.

O Fórum das ADs também fortalecerá ainda mais a relação política com o Espaço Unidade de Ação e o Comitê Estadual em Defesa da Educação Pública – compostos por diversas entidades, movimentos sociais e populares – na perspectiva de unificar e avançar a luta em conjunto com aqueles realmente comprometidos com a defesa da classe trabalhadora. 

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