Redução orçamentária demite mais 119 funcionários da Uefs
01/04/2016
Novamente, as medidas de contenção de gastos do governo Rui Costa deixam desempregados trabalhadores da Uefs. Desta vez, com a demissão, no final de março, de 20 funcionários terceirizados do setor de copa e cozinha e 99 do setor de portaria, recepção e agente de telefonia. A grave situação financeira pela qual passa a universidade põe em evidência o que poderá, em breve, acontecer: a inanição financeira da instituição.
Funcionários que trabalhavam há décadas na Uefs foram demitidos sem nenhuma perspectiva de um novo emprego ou de readmissão contratual. Ângela Cássia, que trabalhava há 20 anos como recepcionista, conta que a falta de sensibilidade do governo com a classe trabalhadora aponta para a degradação da universidade. “Percebemos que estamos perdendo as possibilidades de crescer. É uma perda, tanto para a comunidade universitária, como para a comunidade externa que também depende da Uefs. Precisamos nos unir”, declarou Ângela Cássia.
No final do ano passado, 110 funcionários terceirizados do setor de copa e cozinha, manutenção predial, vigilância patrimonial e limpeza, que prestavam serviço à instituição, foram demitidos. A demissão ocorreu em função do decreto Nº 16.417 de 16 de novembro de 2015, que foi expedido com caráter imediato. O decreto estabelece a suspensão de despesas públicas decorrentes da celebração de novos contratos, aquisição de materiais de consumo, contratação de cursos e outras formas de capacitação, além da redução de 15% a 20% de algumas despesas e serviços. Agora, ainda por força desse decreto e de outras medidas que impõem cortes no orçamento das universidades estaduais, o governo da Bahia intensifica a precarização da classe trabalhadora e a destruição da educação pública superior.
Atualmente, a instituição e unidades extracampus contam com um quadro de 437 servidores terceirizados, distribuindo-se em 212 no setor de vigilância, 144 em limpeza, 41 em manutenção predial, 34 em jardinagem e 6 em copa e cozinha (sendo estes mantidos somente no Centro de Educação Básica para atendimento da creche escola da instituição). Diante desse quadro de prestadores de serviços e das demissões ocasionadas pela irresponsabilidade do governo Rui Costa, Saulo Rocha, chefe da Unidade de Infraestrutura e Serviços da Uefs (Uninfra), alerta que “se for necessário demitir mais alguém, por força das medidas de contenção do governo, a Uefs poderá fechar”.
Esse e tantos outros alertas que foram e que constantemente estão sendo feitos pelos membros da comunidade acadêmica convidam a todos (as) que fazem parte da Uefs à luta em defesa deste importante patrimônio do povo baiano.