Seminário discute violência contra a mulher

07/03/2016

Como parte das atividades alusivas ao 8 de Março, a Adufs, o Coletivo de Mulheres de Feira de Santana (Comu) e o Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre a Mulher e Relação de Gênero da Uefs (Mulieribus) realizarão o V Seminário Dia Internacional da Mulher. O evento ocorrerá no dia 17 de março, a partir das 13h, no Auditório 5, Módulo VII, Uefs.

A proposta do seminário é apresentar a expectativa dos movimentos sociais e das entidades organizadas no combate aos diversos tipos de violência contra as mulheres. Roseli Andrade (CSP-Conlutas), Liane Oliveira (Marcha Mundial de Mulher) e Valdecir Nascimento (Instituto Odara) facilitarão a discussão.

No âmbito do Movimento Docente das universidades estaduais baianas, o debate tem sido feito junto ao GTPCEDGS (Classe, Etnicorraciais, Gênero e Diversidade Sexual) do Andes-SN, com diversas ações de fortalecimento e de combate à violência contra a mulher. Um dos exemplos é a construção de uma cartilha que será distribuída no II Encontro Nacional da Educação. “Agora, precisamos cobrar a ampliação das políticas públicas para o setor e uma postura da universidade a respeito da questão”, disse Larissa Penelú, diretora da Adufs e membro do Comu, lembrando que a Associação participa tradicionalmente da construção do Seminário alusivo ao 8 de Março, além de compor debates e mobilizações em defesa da luta das mulheres por moradia, saúde, transporte, educação e recursos para o combate à violência.

Em todo o país, entidades e movimentos sociais feministas têm protagonizado importantes reivindicações pela maior inserção da temática de gênero, raça e etnia no processo de elaboração do orçamento e das políticas do governo. Nessa perspectiva, defendem propostas como a aplicação de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) para políticas de enfrentamento à violência contra a mulher, a equiparação com os salários dos homens; a implementação da Lei Maria da Penha; o aumento de crédito das mulheres rurais; a construção de novas creches e a descriminalização e legalização do aborto.

“Este ano, a CSP Conlutas lançará uma campanha nacional pela legalização do aborto no Brasil. A proibição já demonstrou que não é eficaz para evitar as milhares de mortes que ocorrem no país. O procedimento é um problema de saúde pública e o governo deve tratar o caso como tal. O Estado precisa assegurar assistência médica e psicossocial a todas as mulheres que passam por essa situação, como uma forma de proteger a vida. A proposta é que sejam organizados atos em alusão à campanha no 8 de Março”, informou Gracinete Bastos, diretora da Adufs.

Dados estatísticos
Segundo dados da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), em 2014, do total de 52.957 denúncias de violência contra a mulher, 27.369 corresponderam a denúncias de violência física (51,68%), 16.846 de violência psicológica (31,81%), 5.126 de violência moral (9,68%), 1.028 de violência patrimonial (1,94%), 1.517 de violência sexual (2,86%), 931 de cárcere privado (1,76%) e 140 envolvendo tráfico (0,26%). Dos atendimentos registrados em 2014, 80% das vítimas tinham filhos, sendo que 64,35% presenciavam a violência e 18,74% eram vítimas diretas juntamente com as mães. 

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