Governo de Goiás usa violência policial mais uma vez para reprimir manifestantes

19/02/2016

Novamente, policiais militares do estado de Goiás reprimiram duramente manifestantes em Goiânia (GO). Dessa vez, a violência foi dirigida aos que protestavam, na quarta-feira (17), contra o aumento da tarifa do transporte público no centro da cidade. Em janeiro deste ano, foi anunciado o aumento do preço da passagem de ônibus de R$ 3,30 para R$ 3,70. O ato também foi em solidariedade aos manifestantes que foram detidos na luta contra as Organizações Sociais (OS) e contra a militarização das escolas do Ensino Básico.

Durante o ato, policiais infiltrados e sem identificação ameaçavam e prendiam pessoas. No final do protesto, os manifestantes foram cercados pela tropa de choque da Polícia Militar (PM), que lançou bombas de efeito moral e atiraram com balas de borracha. Dezesseis foram presas, algumas delas menores de idade.

Segundo relatos, uma garota foi intimidada e arrastada para dentro de um edifício por vários policiais, todos homens, após ter exigido a atuação dos policiais em um caso de furto durante a manifestação. Os policiais se negavam a atender a ocorrência e ainda detiveram a jovem.

Alexandre Aguiar dos Santos, 1º vice-presidente da Regional Planalto do ANDES-SN, explicou que os estudantes foram violentados e presos em uma atitude clara de arbitrariedade do Estado em atacar os movimentos estudantis e sociais, que lutam por demandas legítimas da classe trabalhadora.

“A luta contra o aumento da tarifa é legítima e o Sindicato Nacional repudia qualquer ato de violência. A Polícia Militar no estado tem sido usada como braço armado para criminalizar os movimentos sociais e reprimi-los, já que o governo não dialoga. Devido a atual conjuntura do estado de Goiás, com a transferência da gestão pública das escolas para as Organizações Sociais (OS) e o aumento de tarifa do transporte público, e com o aprofundamento da crise econômica, 2016 será um ano de muitos protestos e, consequentemente, do aumento da repressão policial e criminalização dos movimentos sociais”, disse.

No dia 15, 31 pessoas foram presas horas depois de ocuparem a sede da Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte (Seduce) de Goiás. Destes, 13 eram menores de idade. Após uma grande mobilização na entrada do Fórum Criminal Sétima Vara, na tarde de quinta-feira (17), os manifestantes foram soltos. Os estudantes são contrários à medida do governo de Goiás, que irá repassar a gestão de, pelo menos, 25% das escolas estaduais para Organizações Sociais (OS) ainda este ano. 

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