Ford Camaçari joga a crise nas costas dos trabalhadores e ameaça com demissões

16/02/2016

Mais de 1,8 mil metalúrgicos da Ford Camaçari (BA) ficarão em regime de lay-off (suspensão temporária) a partir do dia 14 de março. Também foi aberto pela empresa um programa de demissão voluntária (PDV) e boa parte dos 8 mil funcionários estão de férias coletivos e só retornam no dia 29 de fevereiro.

A Planta Ford Camaçari é altamente lucrativa para a multinacional dos EUA, que bateu recordes de lucros em 2015, chegando a faturar US$ 10,8 bilhões. Além de seguir produzindo, exportando e lucrando, a empresa recebe diversos incentivos fiscais dos governos. Mesmo assim, anunciou no final de 2015 que fecharia o terceiro turno que produz os modelos Ka e EcoSport.

De acordo com o movimento Chão de Fábrica, ligado à CSP-Conlutas, e que defende os interesses dos trabalhadores metalúrgicos na região, a direção do sindicato, ligada à CTB, não mobiliza a categoria. Ao invés disso, apresenta um discurso de que o lay-off e o PDV são as ‘alternativas viáveis’, realizando assembleia em tom de terror com os trabalhadores.

No entanto, o movimento ressalta que esses mecanismos não garantem a manutenção do emprego, e que somente com luta e greve os trabalhadores poderão barrar esse ataque.

O movimento ressalta ainda, que desde o anúncio das demissões, o sindicato não organizou a greve, e os trabalhadores seguem sem respostas por parte de quem deveria organizar suas lutas.

O Movimento Chão de Fábrica cobra do sindicato imediata resposta para a ameaça de demissões, e que organize uma greve como forma de resistência. Além disso, exige que a presidente Dilma Rousseff edite imediatamente uma medida provisória que proíba as demissões, e que os governos Federal e Estadual da Bahia, além da Prefeitura de Camaçari, todos ligados ao PT e seus aliados, cortem imediatamente todos os subsídios à Ford.

Só a luta unificada da categoria pode derrotar realmente as demissões!

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