O vexame do transporte público no município
01/09/2015
A inabilidade política e técnica do governo José Ronaldo para gerir o sistema de transporte público em Feira de Santana têm causado transtornos aos moradores. Alegando dificuldades financeiras, as empresas permissionárias do serviço recolheram os veículos, em 16 de agosto, deixando a população sem ônibus coletivo por dez dias. (Veja aqui)
Na Uefs, onde o caos no transporte coletivo dificulta o acesso ao campus, a reitoria, num primeiro momento, suspendeu as aulas do noturno. Em seguida, cancelou as atividades do diurno. No entanto, diante da garantia da prefeitura de que os ônibus voltariam a circular parcialmente no dia 26 de agosto, optou-se pelo retorno às aulas. Após solicitação da reitoria, mais três veículos se somaram aos outros três que fazem o roteiro para a Uefs, mas o serviço não foi normalizado, o que atrapalhou a retomada das aulas na instituição. As atividades, no entanto, foram mantidas.
Desde a sua concepção, o sistema de transporte público em fase de implantação no município, o Bus Rapid Transit (BRT), tem sido alvo de sérias críticas. Indignada com a ausência da participação popular na construção do projeto, o favorecimento da classe empresarial e a incapacidade da proposta de atender demandas dos trabalhadores e estudantes, os moradores foram às ruas da cidade reivindicar transparência na gestão da política de mobilidade urbana do município.
A diretoria da Adufs, que participou ativamente das mobilizações e das audiências públicas realizadas na Câmara de Vereadores, lançará nota pública sobre o assunto. O documento da Associação critica o aviltamento da mobilidade urbana, a negação do direito da população de acesso à cidade, o sucateamento dos veículos, as arbitrariedades cometidas pelas empresas concessionários do serviço contra os trabalhadores, além da criação, por parte do executivo municipal, de um projeto baseado num Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano defasado. Em breve, a nota estará disponível no site e redes sociais da Adufs.
CONTRATO EMERGENCIAL
Na tentativa de minimizar os transtornos causados à população, a prefeitura fez um contrato emergencial de seis meses com as duas empresas vencedoras da licitação para operar o sistema de transporte coletivo urbano. Vencido o semestre, as empresas assumem definitivamente o serviço. A proposta é substituir os 170 ônibus usados por 270 ônibus zero quilômetro.