Protesto de professores das universidades fecha BRs no Estado

09/07/2015

Os docentes das quatro Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) fecharam rodovias em algumas cidades, nesta manhã (9), reivindicando avanço nas negociações com o governo. Em Feira de Santana, o tráfego na BR 116 Norte, nas imediações da Uefs, foi bloqueado parcialmente.

Os professores da Uesb, Uneb e Uesc interromperam o trânsito na BR 116, Lagoa das Flores, em Vitória da Conquista, na BR 101, em frente à Uneb de Eunápolis, além da BR 415, em frente à Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc).

Após diversas mobilizações e forte pressão da categoria, que não aceitou a proposta do governo de retomar a discussão da pauta apenas no dia 4 de agosto, as associações docentes foram convocadas dia 6 deste para uma reunião hoje (9), às 16 horas, na Fundação Luís Eduardo Magalhães (Flem).

Dias 11 e 13 de maio, a greve nas Ueba chega aos 60 dias. O movimento paredista foi deflagrado porque o governo estadual demonstra total desrespeito às reivindicações da categoria, além não apresentar proposta concreta para barrar o processo de sucateamento que as universidades enfrentam, em decorrência de uma crise financeira provocada pela redução da verba de custeio, investimento e manutenção.

Na tentativa de agilizar a discussão sobre a pauta, o movimento docente protocolou uma contraproposta na última segunda (6). Os grevistas reiteram que a responsabilidade pelos prejuízos causados aos quase 10 mil alunos, só na Uefs, é do governo, que se nega a resolver os problemas das Ueba e transfere a responsabilidade pela crise financeira para os gestores.
Contingenciamento de recursos

Em reunião com o Comando de Greve da Uefs, na última terça (7), o reitor Evandro do Nascimento relatou as dificuldades financeiras vividas pela instituição. Na ocasião, o gestor disse que além da redução no orçamento, o governo contingenciou 20% da cota mensal nos meses de janeiro, fevereiro e março. Essa situação piora um quadro financeiro já agravado pelas Despesas de Exercício Anterior (DEA), que, só na Uefs, soma um déficit de R$ 6,8 milhões.

Os docentes das quatro Ueba decidiram intensificar as mobilizações para defender os direitos trabalhistas da categoria e as universidades públicas, importante patrimônio da população baiana.

Breve histórico das negociações

Ao longo das reuniões de negociação, o movimento docente conseguiu que o governo apresentasse uma minuta que substituirá a Lei 7176/97, presente na pauta de reivindicação. O documento foi avaliado nas assembleias das quatro universidades e as contribuições sistematizadas para apresentação aos representantes das secretarias estaduais. No entanto, em reunião realizada dia 18 de junho, os professores receberam a proposta de adiamento do debate do assunto para agosto. Além disso, não foi apresentada proposta concreta sobre os demais pontos da pauta.

“A força do movimento docente arrancou do governo a apresentação da minuta substitutiva à lei 7176/97. Apesar de a categoria avaliar o documento e apresentar uma contraproposta, o governo, intransigente, está tentando enrolar as professores. Ele é o culpado pela greve”, criticou Adroaldo Oliveira, diretor da Adufs.

#ABahiaQuerResposta. 

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