Em assembleia, professores da Uefs aprovam estado de greve

25/03/2015

A indignação com a perversa política do governo estadual para com as Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) aqueceu o debate na assembleia docente realizada na última terça-feira (24). Revoltados com o agravamento da crise na instituição por conta da determinação governamental de redução de verbas, dos 125 professores presentes, 124 concordaram com o endurecimento da postura frente aos ataques contra a educação pública superior e aprovaram o estado de greve. Solidários, estudantes de diversos cursos presentes na reunião declararam apoio à luta e se comprometeram a participar da mobilização, que também será votada nas assembleias das demais universidades.

Ainda conforme deliberação da assembleia, as atividades acadêmicas serão paralisadas no dia 8 de abril, com ida à Secretaria da Educação (SEC) para reivindicar uma reunião com o chefe da pasta. Caso a categoria não seja recebida, uma nova assembleia será convocada e, desta vez, para a apreciação do estado de greve. Uma Comissão de Mobilização foi formada para auxiliar a diretoria no planejamento e execução das atividades. O grupo ficou com a responsabilidade de elaborar Dossiê contendo a relação dos transtornos causados à instituição em função da redução orçamentária, além da organização de evento com outros segmentos para a construção de uma pauta unificada.

Com o intuito de, mais uma vez, esclarecer a população sobre a situação da Uefs e alertar sobre os atuais problemas existentes, a diretoria da Associação irá aos veículos de comunicação do município ainda nesta semana. Há quinze dias, por exemplo, os terceirizados paralisaram os trabalhos em função do atraso no pagamento dos salários, vale-transporte e ticket-alimentação. Esta semana foi a vez dos estudantes e servidores do curso de Psicologia suspenderem as atividades por falta de professor, laboratórios e acervo bibliográfico. A situação pela qual passam as universidades é vexatória, pois a redução orçamentária impede as reitorias de honrar os compromissos financeiros e de executar novos projetos, como a execução de obras, ampliação da política de permanência estudantil e contratação de professores.

“A luta por orçamento unifica todas as categorias, pois o que se prioriza é a qualidade do ensino público. Há muito tempo, o Movimento Docente vem alertando o governo sobre a crise financeira nas Ueba e conduzindo o processo de reivindicação de forma madura. No entanto, em total desrespeito aos docentes, o governo não deu retorno sobre a pauta protocolada em dezembro do ano passado. O governo usa o nosso nome e se mostra incapaz de se vestir com os nossos sonhos”, desabafou Elson Moura, diretor da Adufs, relembrando que a apreciação da deflagração da greve foi um processo gradativo e amadurecido entre a categoria.

“Estamos nos mês de março e, até então, o reajuste linear continua sem prazo para ser anunciado. Além disso, o governo fixou o limite máximo para a concessão de aposentadorias e pensões, o que representa uma investida contra a previdência pública”, acrescentou Edson do Espírito Santo, também diretor da Adufs. Durante a assembleia, ainda foram indicados um delegado e três observadores para o 7º Conad, que será realizado dias 2 e 3 de maio, em Brasília.

Clique aqui para visualizar as fotos »

Leia Também