Dia Internacional da Mulher: Mais Um Dia para Reflexão, Luta e Resistência
10/03/2015
“Acredito que todas as mulheres já sofreram algum tipo de preconceito, quando tomamos a condução de nossas próprias vidas, nos tornamos independentes e fazemos escolha, seja dirigindo um veículo, seja optando pela sua liberdade sexual ou até mesmo quando escolhemos o que vestir”, a frase da professora Larissa Penelú, professora efetiva da Uefs desde 2010 e membro da diretoria da Adufs, reflete a absurda realidade que as mulheres enfrentam diariamente.
Como apontam os dados do Mapa da Violência contra a Mulher, 70% das mulheres já enfrentaram algum tipo de violência no decorrer de suas vidas. Apesar disso, a discussão de temas indispensáveis para a sobrevivência das mulheres ainda é ignorado até por muitos setores politizados da sociedade, como organizações sindicais.
Embora admita que não tenha enfrentado qualquer tipo de preconceito na Adufs, Larissa Penelú reconhece que ainda há um longo caminho a ser trilhado para que as mulheres desfrutem de plenos direitos na sociedade, sobre seus corpos e suas vidas, também nesses espaços. “As mulheres são fundamentais na organização sindical. Infelizmente nem todos os sindicatos reconhecem a necessidade da organização feminina para o debate de suas pautas no interior das lutas. É fundamental pautar as lutas contra as opressões machistas”, afirma ela.
Outra militante desde a época de estudante, no movimento estudantil, Gracinete Souza, professora da Uefs desde 1997 e também membro da diretoria da Adufs, afirma que já sofreu preconceito em suas atividades de lazer e também no movimento sindical. Para ela, a participação da mulher nesses movimentos ainda é tímida, no entanto, é possível alcançar mais espaços dentro e fora dele.
Para Gracinete Souza, a maior luta que a mulher tem que travar no seu cotidiano é pela dignidade e igualdade de direitos: “Uma vida digna, quer dizer, com condições ideais de vida, com recursos financeiros, sem preconceitos, sem racismo. Que possamos viver numa sociedade igual para todas e todos”
Atualmente, a diretoria da Adufs é formada por 09 membros, destes 03 são mulheres. Somadas às 03 mulheres que fazem parte do Conselho Fiscal, em um total de 06 membros, ao todo são 05 mulheres na gestão 2014-2016: Gracinete Souza (Coordenadora geral), Marilene Rocha (Secretaria de Finaças), Ana Cerilza (Secretaria de Finanças), Larissa Penelú (Conselho Fiscal) e Lívia Dias (Conselho Fiscal). Em seu quadro fixo, a associação conta ainda com a assessora de comunicação Amini Dórea e as secretárias Renata Leandro e Arlene Guimarães.
Através dessas lutadoras, refletimos sobre a ampliação da participação de mulheres no movimento sindical e acompanhamos vitórias significativas da inclusão de pautas determinantes na sobrevivência das mulheres, como aconteceu no 34º Congresso do Andes, em fevereiro, com a aprovação da bandeira de luta pela defesa da descriminalização do aborto.
A luta ainda é árdua. Como afirma Larissa Penelú: “Não basta apenas estar nas direções. Temos que discutir o assédio, as intimidações e pautas históricas, como o combate a todas as formas de violência que nós mulheres sofremos!”.
Avante, companheiras!