DOAÇÕES PARA CAMPANHA ELEITORAL SOMAM R$ 1 BILHÃO
22/09/2014
Movimentação bilionária de partidos, comitês e candidatos retrata a concentração da ajuda financeira, vinda de empresas ligadas a grandes grupos econômicos; montante ainda é acrescido de quase R$ 100 milhões em recursos públicos. As contas de partidos, comitês e candidaturas em todo o País receberam de 19 grupos privados R$ 522 milhões do total de R$ 1,040 bilhão vindo de contribuições de pessoas físicas e jurídicas até agora.
Esses valores são todos de origem privada. Somando-se o que vem do Fundo Partidário, cuja origem é de recursos públicos, o dinheiro que circulou até agora nas campanhas supera R$ 1,138 bilhão. O PT foi o partido que mais recebeu da construtora JBS por enquanto: R$ 28,8 milhões. O PSD ficou em segundo lugar, com R$ 16 milhões, e o PMDB, em terceiro, com R$ 14 milhões. Entre todos os candidatos, a maior beneficiada pelas doações da JBS foi a presidente Dilma. O grupo Ambev (Brahma, Antarctica e Skol) aparece em quarto lugar no ranking, com R$ 41,5 milhões doados. O dinheiro foi recebido principalmente por candidatos e comitês do PMDB (R$ 12 milhões), PT (R$ 11 milhões) e PSDB (R$ 8 milhões).
O grupo Bradesco está em sexto lugar, somando R$ 30 milhões em contribuições. O conglomerado deu, até agora, R$ 9,4 milhões para o PSD, R$ 8,7 milhões para o PT, R$ 6,7 milhões para o PMDB e R$ 5,2 milhões para o PSDB, por exemplo. O banco BTG Pactual doou R$ 17 milhões e estão em décimo lugar na classificação geral. PT e PMDB foram os beneficiários de quase 80% desse dinheiro. No setor das empreiteiras, elas contribuíram com quase R$ 300 milhões, ou 30% do total arrecadado até agora. São os casos da OAS (2.º maior), Andrade Gutierrez (5.º lugar), UTC Engenharia (7.º), Queiroz Galvão (8.º) e Odebrecht (9.º).
TRABALHADORES DOS CORREIOS CRUZAM OS BRAÇOS
Em assembleia realizada nesta quarta-feira (17), os trabalhadores dos Correios do Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso, Roraima, Sergipe e Rio Grande do Sul aprovaram greve por tempo indeterminado. Nesta quinta-feira (18) foi a vez dos trabalhadores do Rio de Janeiro rejeitar a proposta rebaixada da empresa e aderir ao movimento. “Com muito orgulho, os valorosos ecetistas do Rio de Janeiro são hoje referencia nacional e vários outros sindicatos seguirão este exemplo de luta”, destacou representante da Frente.
Em São Paulo, a assembleia foi realizada no dia 16, e houve manobra do Sindicato que ignorou a vontade da base que claramente votou pela greve. A Oposição, composta por trabalhadores dos Correios da CSP-Conlutas, defendeu a não aceitação do acordo – que não prevê aumento real – e pela greve a partir desta quarta-feira (17). Contudo, de acordo com o trabalhador dos Correios Geraldo Rodrigues, houve manipulação do Sindicato na hora da votação. “Pelo menos 70% dos trabalhadores aprovaram greve, mas a direção do Sindicato de São Paulo, que é filiado à CTB, não respeitou a democracia operária e manipulou a votação, dando voto ganho a proposta de aceitação do acordo”, conta, indignado.
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