Adufs participa de Novembro Negro da UEFS com realização de uma mesa e apresentação da peça culturaçl
14/11/2025
A primeira mesa da participação
da Adufs no Novembro Negro da UEFS ocorreu na quarta-feira, 12 de novembro, com
a realização da Mesa "Cotas Raciais
na UEFS: memória e novos desafios". As(Os) docentes convidadas(os) para o
debate foram as professoras Ana Carvalho (DCHF) e Joelma da Silva (DCHF), e os
professores Geraldo Belmonte ( DTEC) e Otto Agra (DEDU).
A partir da experiência das(os)
docentes que já ocuparam pró-reitorias, participaram do processo de implementação das políticas
afirmativas na UEFS e a partir da perspectiva da atual Pró-Reitora de Políticas
Afirmativas e Assuntos Estudantis (Propaae), a construção das políticas de assistência na UEFS foi amplamente
debatido, com relatos sobre os desafios para implementação de política de cotas
e demais ações necessárias para o que se constitui como o acesso e a
permanência na instituição.
O professor Geraldo Belmonte, que
já ocupou a cadeira de Pró-Reitor de Ensino na Graduação, foi um dos responsáveis
por conduzir o processo de aprovação das cotas raciais no Consu, ainda em 2006.
O professor Otto Agra, foi o primeiro Pró-Reitor de Políticas Afirmativas e
Assuntos Estudantis (Propaae), quando a pró-reitoria foi criada em 2014. A
professora Ana Maria Carvalho foi também gestora da Propaae e a professora Joelma
da Silva ocupa o cargo atualmente.
As(Os) docentes resgataram
memórias dos embates travados para que a UEFS se configurasse como uma das
primeiras universidades a implementar cotas, o que demandou um amplo trabalho
que envolveu todas as categorias da instituição. O professor Otto Agra chamou a
atenção para a importância de fazer este trabalho considerando não apenas a
necessidade do acesso, mas também das múltiplas dimensões da permanência. Refletindo
sobre os elementos subjetivos que precisam ser oferecidos para qualificação da permanência.
O professor destacou ainda a necessidade de romper com as limitações que ainda
existem na formação de novas(os) docentes: “Nós temos estudantes com potencial
que não conseguem ser orientados, dentro da universidade ainda existem limitações.
Pensar isso é também pensar as ações afirmativas”.
Ficou evidente que as ações
afirmativas começam com o acesso, mas deve passar pela ampliação da
participação de estudantes e vir acompanhada de qualificação da permanência.
Como enfatizado pela professora
Ana Maria Carvalho, permanência não é só presença. Por isso mesmo houve a preocupação
de incluir todas as categorias de servidores, demais funcionárias(os) e
estudantes. As oficinas de discussão contaram, sobretudo, com estudantes
residentes que colaboraram com o processo. “Nada veio de cima para baixo, foi tudo
construído com a base e depois levado aos Conselhos Superiores”.
A Pró-Reitora da Propaae,
professora Joelma, destacou a experiência robusta da UEFS com as políticas de
acesso e permanência, a partir da implementação de cotas, mas chamou atenção
também para o que haja mais êxito nas ações é necessário se pensa em políticas
estaduais de permanência, já que a base legal vem de leis federais que não dão
conta das especificidades das cidades menores, dos interiores e outros
contextos com suas próprias dinâmicas.
Peça Lucas da Feira
No dia 13 de novembro, foi a vez
da Peça Lucas da Feira ser exibida como parte da participação da Adufs no
Novembro Negro da UEFS. O texto e a direção são de Fernando Souza que descreve
o enredo da seguinte forma: Se baseia na história de uma figura mitológica de
Feira de Santana na primeira metade do século XIX, retratando uma cidade
colonial e ainda pertencente a Cachoeira. Lucas da Feira, nascido Lucas
Evangelista, foi um sujeito que tomou tanta fama a ponto de chamar atenção da
Bahia, do Brasil e ser considerado, por muitos, dono das matas entre Feira,
Cachoeira e São Gonçalo.

A exibição contou com a
participação de estudantes da Escola Professora Josenita Nery Boaventura,
localizada no Bairro Aviário, que foram convidadas a participar do evento. A
peça traz várias passagens de tempo para discutir o racismo nos tempos de Lucas
da Feira e nos dias atuais, mostrando que ele segue impactando vidas por meio
de violências múltiplas.
As duas atividades foram propostas pelo Grupo de Trabalho para Políticas de Classe para Questões Étnico-Raciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS), da Adufs,
