Política do governo ameaça funcionamento das universidades

20/11/2013

A desculpa da “crise orçamentária”, diversas vezes utilizada pelo governo Wagner para justificar a política de sucateamento das Universidades Estaduais da Bahia, tem levado as instituições à crise. Além de não honrar com o pagamento das despesas já previstas no orçamento deste ano, garantindo minimamente as condições de funcionamento das Ueba, constantemente ameaçadas com a suspensão de alguns serviços, o governo quer reduzir as verbas para custeio e investimento em 2014, conforme o projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) enviado à Assembleia Legislativa. 
 
Segundo o pró-reitor da Administração e Finanças (Proad), Rossine Cruz, atualmente, as faturas não liquidadas somam cerca de R$ 6,5 milhões. Em reunião com os reitores, ainda conforme o gestor, o governo havia se comprometido com a liberação de R$ 1,2 milhões para pagamento dessas despesas, o que ainda não aconteceu. “Estamos sendo constrangidos. Se a situação permanecer, teremos que levar o problema para a comunidade”, desabafou. Na última quinta-feira (14), funcionários terceirizados dos setores de copa e de carga e descarga do almoxarifado paralisaram as atividades por falta de pagamento do salário, vale-transporte e do ticket-alimentação do mês de outubro.
 
Rossine Cruz informou que o governo propôs que as universidades remanejassem as verbas de manutenção e projetos para pagamento de pessoal. Indignado, o pró-reitor pontuou que elas já são bastante reduzidas e que a resolução do problema, de responsabilidade do governo, não deveria ser transferida para as universidades.
 
“A promoção e a progressão na carreira é um direito da categoria e não devem ser resolvidas com jeitinho, como quer o governo. Precisamos nos manter mobilizados para pressioná-lo e garantir o respeito aos direitos dos docentes. No próximo Dia de Luta, em 11 de dezembro, faremos uma grande mobilização em Salvador”, disse Elson Moura, coordenador da Adufs. Somente a Uefs tem 31 pedidos de promoção e 69 de progressão.
 
O Movimento Docente está na expectativa do agendamento da reunião prometida pelo governo para o final deste mês, quando deve apresentar prazos para solucionar os problemas relativos ao encaminhamento dos processos e a desvinculação do quadro de vagas às classes.  Como parte da campanha pelo aumento do orçamento para 2014, o Fórum das 12, na última segunda-feira (18), aprovou a realização de uma Aula Pública na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), às 9h do dia 11 de dezembro, quando acontecerá a paralisação das atividades acadêmicas nas quatro Universidades Estaduais.


       Reunião do Fórum das ADs, dia 18 de novembro.   Foto: Halanna Andrade

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