Petroleiros e professores em greve

22/10/2013

Os petroleiros entraram em greve por tempo indeterminado desde a última quarta (16). O movimento foi aprovado de norte a sul do país nas refinarias, terminais de distribuição, plataformas de petróleo, campos terrestres de produção, usinas de biodiesel, termoelétricas e unidades administrativas da Transpetro, Petrobrás e demais subsidiárias. A pauta de reivindicação tem três eixos centrais: barrar o Leilão da Libra, realizado segunda (21), derrotar o PL 4330, que legaliza as terceirizações em atividades afins, e arrancar da Petrobrás 16,53% de aumento no salário-base, sendo 10% de ganho real e 6,53% de reajuste.
 
O movimento grevista rejeitou a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da companhia, que propõe no salário-base reajuste de 6,09%, 7,68% na Remuneração Mínima de Nível e Regime (RMNR) e um abono referente a uma remuneração ou R$ 4 mil. Essa gratificação, conforme os grevistas, é quase metade da paga em 2012.
 
A última quinta (17) foi marcada como um Dia de Luta contra o Leilão de Libra, que incluiu atos e mobilizações nas principais capitais e cidades do país. Na segunda (21), em menos de uma hora, a maior bacia do pré-sal brasileiro foi entregue para as mãos do capital privado internacional. Uma produção estimada em 1,5 trilhão de dólares foi vendida pelo preço mínimo: 15 bilhões de reais. Agora, a área de Libra que, em dez anos, será o maior campo produtor do Brasil, está partilhado nas mãos de diversas empresas: a Petrobras terá 40%; a Shell, anglo-holandesa, terá 20%; também terá 20% a francesa Total e 20% da empresa ficam com as chinesas CNPC e CNOOC – 10% cada uma, que começam a entrar pesado no mercado brasileiro.
 
Para o membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Claiton Coffi, também da direção da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), Dilma copiou em grande estilo FHC. “Chamou o Exército como fez FHC contra os petroleiros em 1995; mas fez pior, entregou a maior bacia do petróleo brasileiro para as mãos do capital privado. Quando FHC privatizou a empresa, precisaria pesquisar o petróleo. Agora, ele já está descoberto e toda a pesquisa foi feita pela Petrobras. É uma lástima”, denuncia.

PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA

No Rio de Janeiro, onde os docentes das redes estadual e municipal, em greve há mais de dois meses, cobram reajuste salarial e melhores condições de trabalho, as manifestações de rua ganham o apoio de estudantes e de várias categorias de trabalhadores, mesmo com a forte repressão policial.
 
A juíza Roseli Nalin, da Fazenda Pública, acatou uma liminar do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe) e suspendeu, na última sexta-feira (11), a sessão plenária da Câmara que aprovou a proposta do Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR) para servidores da rede municipal de ensino, enviada pelo prefeito Eduardo Paes para ser votada em regime de urgência. A decisão é em primeira instância e a presidência da Câmara por recorrer.
 
Em Goiás, os docentes da rede municipal, paralisados desde 25 de setembro, após ocuparem a Câmara de Vereadores de Goiânia, garantiram o auxílio transporte aos educadores. Já em Mato Grosso, a categoria está parada há mais de 60 dias para reivindicar reajuste salarial e melhorias na estrutura das escolas. No Pará, a greve dos docentes da rede estadual começou em 18 de setembro pela redução da carga horária e melhores salários.
 
Em 15 de outubro, data que marca o Dia do Professor, protestos foram realizados em diversas cidades brasileiras, a exemplo do Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Recife, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte e Salvador.
 
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