Debate leva à reflexão sobre a universidade pública e o trabalho docente

22/10/2013

Com uma exposição atrelada aos dilemas e problemas enfrentados pelo cotidiano da categoria docente, a participação de Roberto Leher no debate comemorativo do Dia do Professor suscitou questionamentos sobre o papel das universidades públicas e sua autonomia na produção de conhecimento. A atividade, promovida pela Adufs, aconteceu na última terça-feira (15) e contou com a participação de professores e estudantes.
 
Durante a explanação, Leher fez um histórico da implantação das universidades brasileiras, destacando que na década de 60 foram adaptadas ao modelo implementado pela ditadura, que delas necessitava para garantir a capacidade técnico-científica do Estado e das empresas, e afirmou que a efetividade da ação ditatorial não seria possível sem a participação de membros da comunidade acadêmica, que “atuaram em sinergia com os tecnocratas do governo empresarial-militar”.
 
A partir do início dos anos 70, segundo o docente, a gestão das universidades federais ficou sob a responsabilidade do Ministério do Planejamento, onde os recursos passaram a ser liberados por meio de editais. “O modelo de consentimento forçado das universidades ao Estado e aos interesses particulares do capital não foi revisto e, sim, ganhou novos contornos com a lei de inovação tecnológica e com as fundações ditas de apoio privadas, que criaram enclaves mercantis nas universidades públicas”, disse, comparando a situação com os dias atuais e lembrando que, após meados dos anos 90, a ideia de que a Universidade deve ser, primordialmente, uma prestadora de serviço aos governos e aos empresários, ganhou ainda mais força.   

QUINTA-ENCONTROS

Ainda como parte da programação do Dia do Professor, a Adufs promoveu mais uma edição da Quinta-Encontros. Animação e boa música não faltaram ao evento, que contou com o show da cantora Juliana Grayce e sorteio de brindes.
 
Para o professor Diego Carvalho, “a reflexão sobre o papel do professor na sociedade e a construção de uma identidade de classe são dois aspectos importantes nessas comemorações”. O diretor Elson Moura, que entregou os brindes, disse que “nós, professores de Departamentos e Área diferentes, muitas vezes só nos encontramos em assembleias ou esporadicamente nos corredores. Então, esse é um momento fundamental pra que a gente renove a amizade, as conversas e a luta”.     

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