Governo suspende negociação até que as ADs façam uma contraproposta

02/05/2013

Na última reunião da mesa de negociação, ocorrida em 24 de abril, o Fórum das ADs entregou ao governo um documento que resumia as deliberações consensuais das quatro assembleias: manutenção da incorporação do restante da CET ainda em 2013, formação de um Grupo de Trabalho (GT) para discussão da Carreira a partir de 2014 e rejeição do reajuste de 4% do salário-base, mesmo considerando ser esse um ponto de partida para o avanço das negociações.

De imediato, os representantes do governo tentaram caracterizar o momento como de impasse, pois, segundo eles, o governo já havia apresentado três propostas e o Movimento Docente não abria mão da proposta inicial. Após intenso debate, ficou esclarecido que a lentidão da negociação se devia ao fato de que, até então, o governo mantinha sua proposta de estender a incorporação até 2014, o que é inaceitável e, ao mesmo tempo, insistia em mexer nos Incentivos de Pós-graduação (IPG), ao invés de acenar com reajuste do salário-base na perspectiva dos 28% reivindicados. Portanto, concretamente, somente naquele momento, quando o governo passou a apontar a possibilidade de fazer a incorporação da CET em 2013 e de se pensar alternativas quanto aos 4% propostos, a negociação começava a evoluir. 

Nessa perspectiva, o Fórum das ADs propôs nova reunião para que o governo respondesse ao documento que lhe fora entregue. Dizendo ser difícil formalizar as possibilidades apontadas, pois o governo entendia que agora era a hora do MD contrapropor, ficou acertado que no dia 29 de abril seria dada uma resposta. O resultado foi que, no dia 30 de abril, o governo enviou um documento no qual reafirmou aquela expectativa e solicitou “uma contraproposta exequível em face das possibilidades orçamentárias”.

“Ao MD não pode ser atribuído nenhum tipo de intransigência, já que sempre se mostrou disposto a negociar. Precisamos de mais compromisso do governo, pois estamos discutindo a pauta de reivindicações desde outubro do ano passado e o que ele apresentou foram propostas muito aquém daquilo pleiteado”, disse Elson Moura, coordenador da Adufs, ressaltando que “a paralisação do dia 23 de maio mostrou que a categoria está disposta a um eventual enfrentamento e, agora, ainda mais motivada pelo anúncio de um reajuste linear que não repõe nem metade da perda inflacionária de 2012”.

Para a diretoria da Adufs, cabe agora ampliar a discussão desse comportamento do governo e aprovar os encaminhamentos pertinentes ao novo momento da negociação. A Associação vai realizar assembleia na próxima quarta-feira (8), às 16h30, no Anfiteatro do Módulo II. O Fórum das ADs se reunirá nesta sexta (3), na sede da Regional NE III do Andes SN, às 14h, em Salvador.

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