Stédile critica projeto político brasileiro para a educação

02/04/2013

A defesa do papel do Estado na educação e do uso de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) no setor fez parte do discurso de João Pedro Stédile, economista e membro da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), durante a aula de abertura do curso de Bacharel em Direito da Uefs, semestre 2013.1. A atividade aconteceu no dia 27 de março.

O economista ainda elogiou a iniciativa da Uefs, pioneira no Nordeste na implantação do projeto Educação no Campo, que prevê a oferta da graduação em Direito para os beneficiários da Reforma Agrária. O programa tem o objetivo de ampliar os níveis de escolarização formal dos trabalhadores rurais assentados e atuar como instrumento de democratização do conhecimento no campo.

A  Uefs é a segunda universidade pública do Brasil e a primeira do Nordeste a fazer esta parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). São contempladas 40 pessoas de 11 organizações não-governamentais (ONGs) e movimentos sociais de dez estados brasileiros.“É um prazer grande poder participar dessa aula, pois essa turma tem uma simbologia muito grande para o Brasil”, elogiou.

Stédile proferiu palestra com o tema Do neoliberalismo ao neodesenvolvimentismo: uma análise do Estado brasileiro e disse que o país passou por um período em que predominou a visão neoliberal de que o mercado resolveria os problemas sociais.

“Infelizmente, no atual governo, essa transição ainda é muito lenta. O que nós estamos vivendo chama-se neodesenvolvimentismo, que ainda não é um projeto popular de desenvolvimento para o país”, finalizou.

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