Coletivo de Entidades de Feira transmite mensagem a feirenses em Dia de Luta em Defesa do Auxílio Emergencial

09/02/2021

Em luta pelo Dia Nacional em Solidariedade e Defesa do Auxílio Emergencial, no último sábado (6), o Coletivo de Entidades de Feira de Santana levou às ruas de Feira de Santana um carro de som com uma mensagem de indignação exigindo que o repasse do Auxílio Emergencial seja retomado para que dezenas de milhões de pessoas desempregadas e sem expectativa de retorno ao mercado de trabalho possam sobreviver. A ação é uma deliberação conjunta da Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo, junto aos movimentos sociais, centrais sindicais e partidos de esquerda. Baixe o texto na íntegra.

Não há condições de contornar a grave crise sanitária e econômica sem um auxílio emergencial para os mais vulneráveis e sem a garantia de vacina imediata para conter as mortes e a mutação do vírus que pode ampliar a taxa de contaminação. Não há empregos! Segundo dados do IBGE, no último trimestre de 2020 o número de desempregados aumentou em mais de 1,3 milhão. Menos da metade da população em idade para trabalhar estava ocupada. O número de desempregados e desempregadas chegou a 14,1 milhões. A maior taxa de desemprego concentra-se na Bahia, 20,7% do total, a menor em Santa Catarina, 6,6%. O número de desalentados – pessoas que já desistiram de procurar emprego – chegou ao número recorde de 5,9 milhões.

No pacote entregue pelo governo Bolsonaro aos novos presidentes da Câmara e do Senado, mais uma vez nada para o povo. Na lista de prioridades estão privatizações, ataques à minoria, ao meio ambiente e mais concentração de renda. Além de não apresentar nenhuma iniciativa no sentido de conter a crise, Bolsonaro trabalha arduamente para ampliá-la.

Não há outra alternativa para a população brasileira que não seja por meio do enfrentamento. Para o professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), André Uzêda, somente o grito vindo das ruas pode parar este governo: “O governo Bolsonaro, fortalecido pelas vitórias na Câmara e no Senado, com Guedes, Lira, Pacheco e toda a bancada do Centrão, prepara ataques aos trabalhadores e, com certeza, alívios e vantagens para a classe patronal. O Auxílio Emergencial é uma condição fundamental para a vida das pessoas e das famílias que perderam o emprego e a renda por causa da pandemia. Este governo não protege a vida, não garante a renda, o emprego, nem muito menos os direitos da classe trabalhadora. É um governo dos ricos e burgueses. Por isso é preciso um basta! É preciso fazer crescer esta campanha pelo auxílio emergencial e pelo Fora Bolsonaro”, afirmou André Uzêda.

Bolsonaro alega não ter dinheiro suficiente para pagar o Auxílio sem afundar o Brasil enquanto acumula gastos pessoais exorbitantes. A falácia de falta de recursos vem sendo fortemente combatida pelos movimentos sociais. Segundo informações da CSP-Conlutas, dinheiro é o que não falta: “Só de juros e serviços da ilegal Dívida Pública com os bancos, para este ano, estão reservados R$ 2,2 trilhões do Orçamento da União. Basta suspender por apenas um ano o repasse dessa dívida, que nunca foi sequer auditada, e teríamos a garantia de auxílio emergencial por dois anos, no valor de um salário mínimo, para todas as 65 milhões de pessoas que estavam recebendo os R$ 600”.

Diante da pressão crescente, o governo tem sinalizado para o retorno do pagamento, mas com valor e quantidade insuficientes para as necessidades da população. Paulo Guedes comentou a possibilidade de pagar R$200 reais para aqueles (as) assistidos (as) pelo Bolsa Família. Com a alta dos preços durante a pandemia, essa quantia não pagará sequer uma cesta básica. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Salvador foi a capital com a maior alta no preço de alimentos básicos. Todas as 17 capitais tiveram aumento, mas na capital baiana esse número chegou em 32,89 %. A segunda colocada, Aracaju, teve um amento de 28,75%.

A ação do Coletivo de Entidades de Feira de Santana teve por objetivo chamar atenção da população feirense de que somente por meio de luta é possível mudar esse quadro de descaso com o qual os governantes tem tratado a população brasileira, submetendo seu povo à miséria, fome, violências e mortes desenfreadas. O Coletivo tem organizado ações desde janeiro com o objetivo de mobilizar a população contra as perversidades do governo Bolsonaro.

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