Apesar do avanço do coronavírus, Governadores autorizam a abertura de escolas em todo o país

02/02/2021

Mesmo com a falta de vacinas e o aumento crescente do número de mortes pelo novo coronavírus, diversos estados brasileiros agendaram o retorno das atividades presenciais para este mês de fevereiro. Em São Paulo, após o reconhecimento da justiça sobre o risco iminente à vida com a abertura das escolas, o governador João Dória segue com sua política de morte e derruba liminar que impedia o retorno às aulas. Em todo o país, somente Goiás já retomou às atividades, mas 14 estados têm data prevista para o retorno neste mês. São eles: Acre, Roraima, Rondônia, Pará, Mato Grosso, Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

A nova variante P.1, encontrada em mais de 91% dos casos de contaminação pela covid-19, mostra como o afrouxamento das regras de distanciamento pode ser ainda mais letal, já que, segundo os especialistas, ela pode justificar o aumento substancial de casos e óbitos no estado. Em 31 de dezembro, o Amazonas tinha uma média móvel de 19,14 vítimas por dia, se considerado o período de 7 dias. Em 26 de janeiro, essa média chegou a 139,14 mortes por dia. Ainda não há como provar o potencial de reinfecção e letalidade da nova variante, é fato, porém, o aumento da taxa de transmissibilidade e com mais casos a tendência é que haja mais mortos. Infectologistas acreditam que em menos de um mês essa variante deve estar presente em grande número por todo o país.

Como é possível estabelecer datas para retorno de atividades presenciais nestas condições? Sem vacinação em massa e com um governo genocida, como proteger as milhões de vidas que serão expostas cotidianamente nas ruas, nas escolas e dentro dos lares?

A conhecida precariedade na estrutura das escolas já aponta para o caos que pode se seguir com a volta às aulas presenciais. Os protocolos de segurança que estão sendo organizados para tornar possível o retorno, não coincidem com a realidade estrutural das instituições que sofrem com o sucateamento diante dos cortes sucessivos de investimentos e penam com falta de insumos básicos em suas unidades, como papel higiênico. A Adufs permanece em campanha pela preservação de vidas, em defesa da vacina gratuita e imediata, para todos e todas, antes do retorno presencial. Somente com a imunização da população será possível garantir a segurança para a retomada. Para que isso aconteça, seguimos mobilizados e em protesto contra o governo Bolsonaro e todos aqueles que se somam a ele em defesa do lucro e não da vida.

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