Adufs apoia mobilização em defesa dos trabalhadores de Feira de Santana

23/09/2020

Nesta terça-feira (22), manifestantes de diversas categorias foram às ruas de Feira de Santana para protestar contra as arbitrariedades que vem sendo cometidas pelo governo municipal. Entre as principais reivindicações, os manifestantes protestaram contra o corte de salários dos professores do município e a crueldade da remoção de trabalhadores e trabalhadoras informais do centro da cidade. A Associação dos Docentes da UEFS (Adufs) apoiou a realização do ato em defesa dos trabalhadores, nesta mobilização que, inicialmente, fechou o cruzamento em frente a Prefeitura, bloqueando o centro da cidade, e em seguida se dirigiu para a frente do Shopping Popular.

O professor da UEFS, Elson Moura, participou da manifestação que foi toda realizada com uso de máscaras e com distribuição de álcool gel 70% para a proteção dos manifestantes: “Estávamos ali para enfrentar a Prefeitura e apoiar a luta dos professores e professoras contra os cortes de salário e a desonestidade do Prefeito que, num primeiro momento sinalizou que pagaria a parte cortada do salário, depois voltou atrás comprometendo a sobrevivência dos docentes. Além disso, a nossa meta é também impedir que as barracas dos camelôs, feirantes, ambulantes, sejam retiradas do centro de Feira sem que as negociações tenham sido esgotadas, sem que o shopping ofereça estrutura para todos (as) informais”, afirmou.

A construção de um centro comercial popular que não dá conta de abrigar a quantidade expressiva de trabalhadores informais que se concentram nas ruas de Feira de Santana não foi o principal ato de descaso do município, o aluguel abusivo que está sendo cobrado para aqueles que conseguiram vaga nos boxes, é ainda mais chocante.

Segundo o professor Rosevaldo Ferreira, a conta não fecha: “A prefeitura fez um cadastro de 1800 ambulantes para que fossem para esse shopping. Só que a conta não bate porque Feira de Santana tem 8.000 ambulantes que comercializam, frutas e verduras no Centro da cidade, 16 lambe-lambes que é uma atividade cultural em extinção, 27 vendedores de caldo-de-cana que nós não sabemos como é que eles vão ser colocados lá naquele shopping, ou seja, a conta não bate e os detalhes não encaixam. Além disso, o empresário dono do shopping está cobrando o valor mínimo de R$ 600 reais para o aluguel e condomínio de um boxe de 5m², o que é impossível de ser pago por um vendedor de mercadoria popular. O vendedor ambulante não é empreendedor é sobrevivente”, afirmou. As taxas de aluguel serão cobradas após um período de carência de 08 meses.

Rosevaldo Ferreira afirmou ainda que os trabalhadores informais tem sido apoiados por professores da UEFS para que fiquem menos desprotegidos, nesse processo de luta que envolve interesses puramente capitalistas, sem se preocupar com a sobrevivência desses profissionais: “Um grupo de professores da UEFS está dando suporte à resistência dos camelôs, juntos no dia-a-dia, para que eles não fiquem tão expostos a sanha capitalista da prefeitura e desse forasteiro que tem agredido esta categoria nos veículos de comunicação e na justiça”, concluiu.

O ato desta terça (22) foi organizado pelo movimento dos (as) camelôs, pelo movimentos, organizações classistas e APLB - Sindicato e faz parte de um conjunto de ações para unificar a luta da classe trabalhadora em Feira de Santana. O próximo ato unificado está marcado para a próxima terça (29) e deve contar com uma presença ainda maior de manifestantes.

A Diretoria da Adufs manifesta total apoio e solidariedade à luta dos docentes e trabalhadores informais de Feira de Santana.
 

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