Docentes da Uefs mobilizam-se em defesa do regime de Dedicação Exclusiva

09/09/2019

Como parte das atividades de mobilização do dia unificado de luta em defesa da Dedicação Exclusiva (DE), os professores da Uefs passaram nas salas de aula, laboratórios e departamentos, além de conversarem com os colegas sobre a importância deste regime de trabalho. Na oportunidade, distribuíram uma nota. À tarde houve uma mesa redonda. A mobilização ocorreu na última quinta-feira (5).

Durante a passagem nos setores da universidade, os docentes explicaram aos colegas que, nas mesas de negociação permanente, o governo tem dificultado a implementação dos processos de regime de DE. Os professores também informaram à categoria que não foi apresentada resposta concreta, por parte do governo, sobre os processos solicitados e nem sobre a garantia das futuras solicitações.

Ao relatar os problemas existentes em torno da negociação, os professores pontuaram que o Fórum das ADs está pressionando o governo e cobrando respostas.

Mesa redonda
O tema da mesa redonda foi “A importância do regime de Dedicação Exclusiva para as universidades públicas”. Os debatedores foram os professores Luciano Paganucci, que trabalha na Uefs em regime de Dedicação Exclusiva há 33 anos, o diretor da Adufs e coordenador do Fórum das ADs, André Uzêda, além do reitor Evandro do Nascimento.

Uzêda fez a fala de abertura da mesa. O diretor da Adufs apresentou um histórico das reuniões permanentes de negociação entre o Fórum das ADs e o governo; lembrou que o regime de DE está na pauta da categoria desde a vitoriosa greve deste ano e informou aos presentes sobre os argumentos do governo para não conceder o regime de trabalho. “Há professores que entraram com o processo para a mudança de regime de trabalho há quatro anos! O governo Rui Costa alega que não há orçamento para garantir a DE e que a concessão deste direito causará grande impacto na Previdência. As falácias são muitas, mas o Fórum não irá recuar”, disse o docente.

O professor Paganucci pontuou que garantir o regime de DE é crucial para a vida da universidade e, ao referir-se ao documento cobrado pelo governo ao Fórum das ADs, lamentou que a categoria tenha de convencer o secretário da Educação, Jerônimo Rodrigues, sobre a importância do regime. O docente também informou que o financiamento da pesquisa científica no Brasil é genuinamente público, fator que reforça a importância do regime. “A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) contabilizou 3.500 programas de pós-graduação no Brasil, sendo que 84% estão nas universidades públicas. Historicamente, a Bahia não tem tradição em produção científica. A Ufba, por exemplo, está em 19º no ranking nacional. Extinguir a DE é uma ameaça”, pontuou.

Evandro do Nascimento fez a fala de encerramento do evento. O gestor da Uefs alertou que “diante do período de contingenciamento de recursos e de alegação de déficit nas contas públicas, por parte do governo, é imprescindível manter a luta pela implementação dos pedidos de DE”. O reitor também apresentou dados sobre o regime de Dedicação Exclusiva na Uefs. Atualmente, a instituição tem 846 docentes efetivos, sendo que 60% são DE. Em se tratando do professor Pleno, 95% são DE, titulares somam 88% e os adjuntos são 61%.

Os dados da instituição não são o ideal, pois docentes em regime de DE deveriam ser maioria nas universidades públicas do país. Segundo ANDES-SN, nas instituições federais o percentual ultrapassa 85%.

O dia unificado de luta foi realizado nas quatro universidades estaduais baianas, sendo que em cada uma houve uma programação específica.  

Mesa redonda ocorreu à tarde

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