Ato público marca início de greve docente na Uefs

09/04/2019

Na manhã desta terça (09), professores/as em greve realizaram um ato de mobilização que deu início à greve docente na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). Com o cumprimento das 72 horas exigidas por lei, após a deflagração da greve em assembleia, no dia 04 de março, os docentes iniciaram a paralisação com uma ação que tem sido a tônica principal em todo o processo de construção do movimento: o estabelecimento do diálogo.

Com o objetivo de informar ainda mais às comunidades, interna e externa, sobre os motivos que levaram o movimento à radicalização, a categoria distribuiu um material informativo contendo os porquês da greve. Foram inúmeras as tentativas de dialogar com o governo sobre a pauta de reivindicações da categoria. A última tentativa de negociação exclusiva por esta via se resumiu a sinalizações vagas sobre promoções e regimes de trabalho, propostas muito aquém das solicitações presentes na pauta. Não por acaso, esta reunião aconteceu somente às vésperas das assembleias com indicativo de deflagração de greve nas quatro Ueba .

Diante das constantes negativas do Governo em dialogar com a categoria e em decorrência do amplo processo de sucateamento que as Universidades Estaduais Baianas vêm enfrentando, o que inviabiliza atividades de ensino, pesquisa e extensão; não restou à categoria outra alternativa senão mobilizar a base, toda a comunidade acadêmica e a comunidade externa para lutar pela valorização docente e pela preservação da universidade pública, gratuita e de qualidade.

Reação do governo

Já sentindo os impactos da paralisação das atividades em três das quatro Universidades Estaduais Baianas – a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) permanece em estado de greve com assembleia marcada para os próximos dias – o governador tenta deslegitimar o movimento grevista através de declarações difamatórias nas quais acusa o movimento de agir em nome de lideranças específicas.

Ora, Rui Costa finge desconhecer a real situação na qual as Ueba estão submetidas, após anos de contingenciamento orçamentário que tem comprometido tanto as atividades dirigidas à comunidade interna quanto à externa. A pauta docente vai muito além de reivindicações de melhorias para a categoria; ela reflete um movimento crescente e necessário de tomada de posição da classe trabalhadora contra uma série de retrocessos orquestrada por uma conjuntura política que volta a colocar os privilegiados no centro das decisões, desta vez sem disfarces.

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