Docentes da Uefs aprovam paralisação com ato público no dia 27 deste mês

25/09/2018

Professores presentes à assembleia finalizada na noite de segunda-feira (24) defenderam a urgente necessidade em resistir, com mobilização, ao recrudescimento dos ataques impostos pelo governo às Universidades Estaduais da Bahia (Ueba). Algumas falas também ressaltaram que a categoria deve se preparar para as lutas de 2019. Nessa perspectiva foram aprovadas algumas atividades, como a realização de um ato público com a paralisação das atividades acadêmicas na próxima quinta-feira (27).

O protesto será realizado às 9h30, em local a ser definido. Um grupo de samba de roda endossará a mobilização. Às 12h, a diretoria da Adufs servirá um caruru, intitulado de Caruru pela educação pública. Faixas, camisas e bandeiras denunciarão o subfinanciamento da educação pública superior na Bahia e o maior arrocho salarial dos últimos 20 anos. As universidades estaduais enfrentam uma grave crise financeira. Além disso, as perdas salariais dos professores ultrapassam os 20%! O Movimento Docente (MD) já tentou todas as formas de negociação, mas o governo estadual se mantém inflexível.

A mobilização foi encaminhada pelo Fórum das ADs e reforça o Dia Nacional de Lutas do Setor das Instituições Estaduais e Municipais de Ensino (Setor das Iees/Imes) do ANDES-SN. O Setor está organizando ato para o dia 27 de setembro, quando docentes de todo o país irão às ruas por financiamento público, carreira, salário e previdência.

Pauta interna
Ainda na assembleia, a diretoria da Adufs socializou as informações prestadas pelos departamentos da Uefs sobre a pauta interna. Entre as dificuldades relatadas estão: equipamentos quebrados, a exemplo de data show e notebook; insuficiência de salas para atendimento da demanda; má qualidade de alguns materiais didáticos, como pincéis que ressecam facilmente; precariedade na estrutura dos banheiros e de alguns laboratórios; reforço na segurança do campus; entre outros itens.

Conforme decisão dos professores, a diretoria da Adufs fará um documento com a síntese dos dados fornecidos. No documento, ainda será incluída a proposta de maior arborização do campus, surgida na assembleia. Os docentes também queixaram-se das dificuldades para o almoço dentro da universidade e cobraram agilidade da administração na execução do projeto que fora apresentado para a construção do restaurante universitário. O documento será entregue aos gestores da instituição para que as dificuldades existentes nos departamentos e nos cursos vinculados a estes sejam sanadas.

Até então, a diretoria recebeu informações dos departamentos de Ciências Humanas e Filosofia (Dchf), Educação (Dedu), Ciências Biológicas (Dcbio) e de Ciências Exatas (Dexa). No entanto, o documento poderá conter dados dos demais setores ou de outros professores que enviarem informações à sede da Adufs. A diretoria da seção sindical ainda entende que novas reuniões para discutir a pauta interna podem ser marcadas.

Ato dia 29
Em assembleia, os docentes decidiram endossar a manifestação a ser realizada em todo o país, no dia 29 de setembro, contra a defesa explícita do machismo, fascismo, autoritarismo, racismo, lgbtfobia e misoginia. Foi aprovado que a diretoria demonstre sua posição contrária a essas posturas reforçando, em seus materiais de divulgação, as hashtags: #Ele não, #Ele nunca.

Inicialmente, o protesto do dia 29 de setembro foi organizado por mulheres, mas atualmente conta com o apoio de pessoas de diversos segmentos, inclusive com mobilizações internacionais.  

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