Técnicos da UnB iniciam greve

02/05/2018

Em assembleia realizada na Universidade de Brasília (UnB), na última terça (24), os técnicos-administrativos da instituição decidiram paralisar as atividades como protesto contra os cortes feitos no orçamento do Ministério da Educação (MEC) para o campus. Os trabalhadores terceirizados também decidiram pela greve.

A reitora da UnB, Márcia Abrahão Moura, concordou em rever algumas das medidas que a administração vinha adotando para reduzir o déficit da entidade, como a demissão de cerca de 40% dos servidores terceirizados e a dispensa de aproximadamente mil estagiários. A reitoria adiou em mais 30 dias a dispensa dos estagiários, que aconteceria no final de abril. A gestora também ficou de estudar um modo de rever o modelo dos contratos de terceirização, para evitar as demissões.

Violência
Na última quinta-feira (26), estudantes da UnB realizaram um ato na Esplanada dos Ministérios, caminhando do Museu da República até a sede do MEC. Ao chegarem ao prédio do MEC, os estudantes foram reprimidos com violência pela Polícia Militar, que fez uso da cavalaria, com bombas de gás, spray de pimenta e balas de borracha.

Quatro estudantes foram detidos. Advogados estão prestando auxílio ao movimento. Os estudantes mantém a ocupação da reitoria da UnB, iniciada no ultimo dia 12, se revezando em acampamento no espaço da universidade.

Em mesa pública realizada na última semana na UNB, o Ministério não enviou representantes para debater sobre a situação da instituição – com um déficit da ordem de R$ 93 milhões nas contas deste ano.

Uespi
Os docentes da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) paralisaram as atividades para pressionar o governo do estado a negociar com a categoria. A suspensão dos trabalhos ocorreu na última segunda-feira (23).

Os docentes da Uespi já acumulam quase cinco anos sem reajuste salarial e as perdas inflacionárias ultrapassam a margem dos 33%. A categoria reivindica reajuste salarial de 33,45%, mais 6,81% de ganho real. Além de não terem reposição de perdas salariais desde 2013, o incremento financeiro decorrente das portarias que dão direito à progressão, promoção e mudança de regime de trabalho (Dedicação Exclusiva), não foi acrescido em folha pelo governo. Atualmente, cerca de 100 docentes estão nessa situação e, parte deles, com atrasos desde julho de 2017.

Uma reunião entre a categoria e o governo estadual foi realizada na noite da última sexta (27). O governo se comprometeu em efetivar o pagamento dos professores temporários já no mês de maio. Quanto às promoções, progressões e mudanças de regime de trabalho, o governo se comprometeu em implantar assim que o estado sair dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal, o que deve acontecer a partir do dia 20 de maio.

Entretanto, no principal ponto de reivindicação da categoria, o governo não apresentou nenhuma proposta. Justificando com as limitações da LRF e do ano eleitoral, o secretário da Educação, Ricardo Pontes, disse que o governo está impossibilitado de conceder reajuste. O resultado da reunião será discutido em assembleia da categoria na próxima sexta-feira (4).

Fonte: ANDES-SN, com edição.

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