Governo recebe universidades estaduais com truculência e desrespeito
02/10/2017
Professores das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) paralisaram as atividades acadêmico-administrativas por 24h e realizaram um ato público em frente à Secretaria de Educação na última quarta-feira (27). A comunidade acadêmica da Uneb, Uefs, Uesc e Uesb protestaram contra os ataques do governo Rui Costa (PT) aos direitos trabalhistas e ao orçamento das instituições. Contudo, apesar de ter conhecimento da pauta de reivindicações há mais de oito meses, a recepção do governo foi desrespeitosa e resultou em uma reunião ineficaz.
Diante da pressão realizada pelo movimento, o Fórum das ADs e coletivos estudantis foram recebidos por Isabela Paim, chefe de gabinete, e pelo Diretor Administrativo, Leandro Teve, ambos da Secretaria da Educação (SEC), sob a justificativa de que o secretário e subsecretário da pasta estariam em viagem. As representações do governo, além de não apresentarem nenhuma resposta, alegaram não ter autorização para falar. Na oportunidade, o Fórum das ADs reivindicou uma reunião com o secretário Walter Pinheiro para discutir os problemas e urgências das Ueba.
Reunião ineficaz na Secretaria de Educação. Foto: Ascom Fórum das ADs
“Foi uma reunião pró-forma, com total desrespeito. As representações do governo disseram que não tinham autorização para falar e que estavam nos recebendo por receber. Estamos tentando diálogo e o governo não apresenta nenhuma resposta efetiva. Seguiremos avançando no indicativo de greve e radicalização do movimento”, destacou o professor Milton Pinheiro, coordenador do Fórum das ADs.
Além da ausência de respostas, a manifestação foi recebida por policiais militares e grades de proteção para que ninguém tivesse acesso, nem mesmo à entrada do prédio da SEC. Todos foram impedidos até de beber água e utilizar os sanitários do local.
Polícia Militar e grades contra a educação pública. Foto: Ascom ADUNEB
Indicativo de greve
Mesmo diante da falta de compromisso dos gestores públicos, a categoria segue firme e disposta para a luta. A indignação fez com que docentes na Uesb, Uesc e Uefs aprovassem em assembleia o indicativo de greve. Na Uneb a pauta está em discussão com assembleia prevista para a primeira quinzena de outubro. A pauta de reivindicações do Movimento Docente foi protocolada nas instâncias governamentais no dia 19 de dezembro de 2017.
Apesar dos números mostrarem a Bahia como o quinto estado mais rico do país e dos números oficiais indicarem folga em relação ao limite prudencial da LRF, o governo se recusa a abrir uma agenda de reuniões. Durante o ato, como forma de protesto, os estudantes e professores queimaram um boneco que representava o secretário Walter Pinheiro e o subsecretário Nildon Pitombo.
Queima do boneco representando Walter Pinheiro. Foto: Ascom Fórum das ADs
Só a luta garante
O MD luta em defesa dos direitos trabalhistas negados e contra o sucateamento das universidades estaduais. Há mais de dois anos os docentes das universidades não têm reajuste salarial. Diante disso, reivindicação do Fórum das ADs é de recomposição salarial de 30,5%.
Os docentes também sofrem sem garantia de atendimento pleno às promoções/progressões e mudanças de regime de trabalho e demais direitos. Se considerada a situação das quatro universidades estaduais, 303 professores ainda não tiveram seus processos de promoção atendidos e 140 ainda estão na fila de mudança de regime de trabalho. (Leia a pauta completa)
O encaminhamento do Fórum das ADs é de avançar no indicativo de greve e construção de um movimento paredista forte através da luta e mobilização de toda a comunidade acadêmica. O Fórum das ADs reúne-se segunda (02), na sede da Adufs. Estão previstos para a discussão da pauta questões como o calendário de mobilizações do mês de outubro, a situação de ataques ao Planserv e a Lei Orçamentária Anual de 2018.
Fonte: Ascom Fórum das ADs.