Assembleia aprova indicativo de greve e paralisação nesta quarta (27)

26/09/2017

Os professores da Uefs aprovaram, em assembleia realizada segunda (25), o indicativo de greve e a paralisação das atividades acadêmicas nesta quarta-feira (27). Neste dia (27), haverá um grande ato público em Salvador. O objetivo é pressionar o governo Rui Costa a convocar uma mesa de negociação com a categoria.

O indicativo de greve e a paralisação foram aprovados após intensa discussão entre os presentes. Alguns manifestaram-se contrários por entender que a deflagração destes precede uma mobilização e convencimento ainda maiores da categoria. Os favoráveis defenderam que a intensificação da luta é necessária para reverter os ataques dos governos ao orçamento das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) e aos direitos trabalhistas.

Durante as falas, os diretores da Adufs ressaltaram que a única linguagem que o governo da Bahia conhece e a que o faz negociar é a da luta. Também lembraram que, por força do tensionamento do Movimento Docente (MD), a equipe de Rui Costa publicou, no Diário Oficial do Estado (DOE), algumas promoções, progressões e mudança de regime da categoria; sinalizou com a autorização de concurso público nas quatro Ueba por conta da vacância gerada pelas exonerações, aposentadorias e falecimentos dos servidores, no período de janeiro de 2015 até então; além de garantir a regularização do repasse de recursos para as instituições.

A diretoria da Adufs entende que o anúncio do governo representa uma importante vitória para a categoria, no entanto, atende apenas uma parte das reivindicações. Muito ainda há de se avançar. Por isso, é importante que os professores colaborem com a construção da mobilização para demonstrar a força política da categoria, endossar as ações já aprovadas nas demais Ueba e forçar os gestores públicos a saírem da inércia. O ato público com suspensão das atividades já foi aprovado em assembleia dos docentes da Uesb, Uneb e Uesb. A Uesb e Uesc ainda aprovaram o indicativo de greve.

Transporte para o ato público
O ato público desta quarta-feira (27) será realizado no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador, a partir das 9h. A concentração será na Secretaria da Educação (SEC). Será servido um caruru. A categoria tentará arrancar do governo Rui Costa compromisso com a pauta que fora protocolada há nove meses.

A diretoria da Adufs convoca professores, estudantes e técnico-administrativos a participarem do protesto. Quem quiser ir à capital baiana deve procurar a secretaria da Associação até às 13h desta terça-feira (26), para garantir a presença ao transporte disponibilizado pela Associação. A saída do veículo está marcada para às 6h30, com previsão de retorno às 17h do dia 27.

Delegados
Ainda na assembleia foram eleitos os delegados do 3º Congresso Nacional da Central Sindical e Popular (CSP-CONLUTAS), marcado para acontecer de 12 a 15 de outubro, em Sumaré (SP). Os representantes da Adufs serão os professores Jucelho Dantas e Gean Santana, eleitos delegados, além de Gracinete Souza, escolhida como observadora.

O tema do Congresso deste ano será “11 anos fortalecendo a unidade sindical e popular, classista e independente”. Os participantes irão debater a conjuntura nacional e internacional, pensar políticas para o período seguinte para a Central, além de definir os próximos passos da luta. O encontro também terá um painel sobre os 100 anos da Revolução Russa.

Outros encaminhamentos
Os presentes à assembleia de segunda (25) ainda aprovaram a intensificação de campanha de mídia, denunciando o descaso do governo com a educação pública superior; e a realização de atividades nas ruas de Feira de Santana.

As ações nas ruas serão construídas pela diretoria e por uma comissão de mobilização aprovada na assembleia. Fazem parte da comissão os professores Elson Moura, Gracinete Souza, Rodrigo Osório, Jucelho Dantas e Adroaldo Oliveira. A comissão está aberta à participação de novos integrantes. Os professores que também desejarem compor o grupo podem procurar a diretoria do sindicato.

O que é indicativo de greve?
Não é a greve, mas um alerta de que ela poderá ser deflagrada, caso o governo não mostre disposição para negociar com os professores.

Não necessariamente o indicativo de greve significa que a greve será deflagrada de imediato. Ano passado, por exemplo, após a aprovação do indicativo, a categoria avaliou que não era o momento da deflagração. Em 2015, a greve foi deflagrada após quase um ano de o indicativo ter sido aprovado. Já em 2011, o movimento paredista ocorreu após dois meses da aprovação do indicativo de greve.

No ano de 2010, foi aprovado o indicativo de greve, o estado de greve e, quando os docentes apreciariam a deflagração da greve, o governo sinalizou com propostas que indicaram a suspensão do movimento paredista.

Portanto, a aprovação do indicativo é um sinal da categoria ao governo de que está disposta a construir a greve. É um mecanismo de pressão para forçar os gestores públicos a negociarem as pautas dos docentes.  

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