Assembleia aprova Greve Geral para o dia 30 de junho
21/06/2017
A deflagração de uma nova Greve Geral para o dia 30 de junho foi aprovada pelos professores da Uefs em assembleia realizada na terça-feira (20). Diante o recrudescimento dos ataques dos governos federal e estadual à classe trabalhadora e o sucateamento do setor público, a categoria decidiu pela ocupação das ruas e fortalecimento da luta unificada para tentar reverter as investidas em curso.
A paralisação de 24 horas foi aprovada pelas centrais sindicais do país com o objetivo de barrar as contrarreformas da Previdência e Trabalhista, pela revogação da Lei da Terceirização e pelo Fora Temer. “A primeira Greve Geral, no dia 28 de abril, e a marcha OcupeBrasília, em 24 de maio, ambas com protestos na capital federal e em cidades de diversos estados brasileiros, reforçaram a disposição dos trabalhadores para combater a retirada de direitos sociais e trabalhistas”, disse o diretor da Adufs, Gean Santana, lembrando as reuniões e mobilizações realizadas este mês com sindicatos e movimentos sociais de Feira de Santana para a organização da Greve Geral. Entre as atividades, citou o Dia Nacional do Esquenta para a Greve Geral, na terça (21), quando houve panfletagem no pórtico da Uefs, e as plenárias da Frente Nenhum Direito a Menos.
Panfletagem no pórtico da Uefs
Bahia
O governo estadual segue a mesma cartilha de Michel Temer. Além de instituir a Previdência Complementar dos Servidores Públicos da Bahia (PrevBahia), regulamentada no dia 29 de julho de 2016, Rui Costa (PT) articulou a transformação desta em um sistema para todo Nordeste (PrevNordeste).
Conforme denunciado pela diretoria da Adufs, o servidor deve ficar atento, pois o PrevBahia é uma grande manobra para ampliar a exploração do trabalhador. Com a regulamentação, este não tem mais o direito à aposentadoria integral e receberá o teto estabelecido pelo Regime Geral da Previdência. Também estão excluídas as pensões integrais. A diretoria da Associação realizou diversos debates sobre o tema, inclusive com a presença de uma das maiores pesquisadoras do assunto, professora Sarah Granemann, e denunciou o empenho do governo para destruir a previdência pública.
Além do ataque à previdência, a política de Rui Costa tem penalizado as Universidades Estaduais (Ueba) com uma grave crise orçamentária que compromete as atividades da pesquisa, da extensão e do ensino. Os professores, também prejudicados, acumulam grandes perdas por conta do congelamento dos salários.
Diante da atual conjuntura, os presentes à assembleia indicaram a intensificação das mobilizações para forçar o avanço na discussão das reivindicações 2017. No momento, a categoria cobra a reunião que havia sido anunciada pelo superintendente de Recursos Humanos da Secretaria da Habitação (Saeb), Adriano Tambone, ao coordenador do Fórum, Milton Pinheiro, para tratar sobre direitos trabalhistas.
A diretoria informou que o Fórum das ADs indicou a realização de assembleias na primeira quinzena de julho para avaliar o indicativo de greve, caso o governo estadual não apresente proposta concreta à pauta docente.
Conad
Ainda na assembleia de terça (20), foi aprovada a participação do professor Gean Santana como delegado do 62º Conad. Como observadores, André Uzêda, Clédson José Ponce, Gracinete Souza e Linnesh Ramos. Balmukund Patel foi escolhido como suplente. A atividade será realizada entre 13 e 16 de julho, em Niterói (RJ).
Solidariedade
Os presentes também aprovaram a doação de R$ 10 mil dos recursos financeiros da Adufs ao fundo de solidariedade criado pelo ANDES-SN para ajudar os docentes das universidades estaduais do Rio de Janeiro filiados à Asduerj, Aduenf e Aduezo. Os servidores estão sofrendo, desde o ano passado, com atraso no pagamento dos salários.
Segundo o Sindicato Nacional, “a conta criada no Banco do Brasil irá receber doações de professores, das seções sindicais e outras entidades do movimento sindical e popular. Os recursos serão repassados aos docentes na forma de empréstimos, que deverão ser quitados quando for regularizado o pagamento dos salários. O dinheiro devolvido irá compor um fundo permanente para auxiliar docentes que se encontrem em situação semelhante”.