Comunidade acadêmica discute acesso e permanência estudantil

15/08/2016

A Política de Acesso e Permanência implementada na Uefs foi discutida e avaliada durante o “Seminário sobre o Programa de Permanência Estudantil: políticas públicas e seus desdobramentos sócioeconômicos e culturais”, que teve a primeira etapa realizada nos dias 10 e 11 deste. Gean Santana, diretor da Adufs, esteve presente na mesa de abertura do evento, que contou ainda com a participação de representantes de outras universidades.

A vice-reitora, Norma Lúcia Fernandes, avalia que houve avanços, mas ainda são necessárias melhorias, por isso, foi planejado o seminário. “Em 2009, a Uefs oferecia 700 refeições subsidiadas. Em 2015, o número aumentou para 1450, sem contar com o café da manhã e o jantar. Avançamos, mas ainda são necessários outros investimentos, a exemplo da implantação, no currículo obrigatório dos cursos de licenciatura, da disciplina Relações Etnico-raciais”, informou. Ainda segundo a gestora, os programas de acesso e permanência da instituição foram ampliados a partir de 2009, com o crescimento da residência universitária, a implantação do RU e das bolsas e a realização de seminários sobre a cultura de matriz indígena e africana.

“A Política de Ações Afirmativas é de extrema importância, no entanto, ainda insuficiente no tocante às demandas do público alvo. É necessário garantir a presença dos estudantes nos espaços de debates e tomadas de decisões relacionadas à permanência, para que também possam colaborar com propostas. Reivindicamos a ampliação do número de vagas na creche para os estudantes, sustentamos uma luta para ampliação da residência indígena, não indígena e do bandejão e lutamos contra a 'bolsificação' da permanência. A possibilidade da Uefs aderir ao Enem é outro ponto que precisa ser discutido com os discentes, pois significa a "reestruturação" da política de acesso e permanência, já que a instituição estenderá a seleção a um caráter nacional. Será que a Uefs terá condições, no que diz respeito à permanência e assistência estudantil, de contemplar uma nova demanda de estudantes de regiões mais afastadas da Bahia?", cobrou Lázaro Souza, discente usuário da Residência Universitária.

Em sua fala, Gean Santana endossou a proposta do ANDES-SN de ampliar a política de ações afirmativas para a pós-graduação e alertou que os programas de acesso e permanência devem se ater não apenas às condições materiais, mas enfrentar os assédios racistas, machistas e lgbtfóbicos que os estudantes são submetidos nos variados espaços da universidade. Segundo o diretor da Adufs, “existem muitos relatos de violações que acabam empurrando os estudantes para fora da universidade. Muitos não concluem os cursos por perseguição e/ou assédio”.

A segunda etapa do seminário ocorrerá nos dias 13 e 14 de outubro. Serão formados Grupos de Discussão e Trabalho (GDT) com o objetivo de discutir novas propostas para a política de permanência da Uefs, que deverão ser compatibilizadas pela Comissão de Ações Afirmativas. A discussão sobre a pauta foi intensificada a partir de 2003, por reivindicação do movimento negro de Feira de Santana, que instigou o debate sobre as políticas de acesso, através de ações afirmativas para negras e negros.  

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