Assembleia Geral Universitária aprova paralisação e ato público para 9 de dezembro
04/12/2015
A resposta da comunidade acadêmica à opção política do governo Rui Costa de desmonte das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) foi dada com a presença de 802 professores, estudantes e técnico-administrativos na Assembleia Geral Universitária (AGU) de quinta-feira (3), na Uefs. Os participantes foram categóricos na defesa da luta unificada contra os ataques ao setor público, e aprovaram a suspensão das atividades com ato na Assembleia Legislativa (AL-BA), dia 9 de dezembro. O encaminhamento endossa a deliberação de 24 entidades dos servidores, que aprovaram, em plenária ampliada, a paralisação geral nos serviços públicos.
Na pauta da AGU, apreciação do Regimento, informes das categorias e crise orçamentária nas Ueba. Durante as falas, os participantes rejeitaram a proposta do governo Rui Costa de alterar o Estatuto do Servidor e outras leis estaduais, por meio do Projeto de Lei (PL) 21.631/2015 e da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 148/2015. Também ressaltaram a necessidade de discutir o PL 21.624/2015, que institui o Projeto Estadual de Auxílio Permanência aos estudantes, mas exclui a participação das instituições de ensino no conselho gestor da proposta. Ambos os PLs e a PEC já foram encaminhados para votação na Casa Legislativa (Veja aqui).
“A Assembleia Geral é um momento muito importante para a universidade, pois todas as categorias se reúnem para discutir pautas comuns e organizar, conjuntamente, as lutas futuras”, disse Dagoberto Freitas, professor do Departamento de Física da Uefs, lembrando que a última ocorreu em 2003, para discussão do processo eleitoral que definiria o reitor e o vice da instituição.
Durante a AGU, os presentes ainda aprovaram a participação dos trabalhadores terceirizados no debate, que assim como os demais tiveram direito a voz e voto. O sistema de votação aprovado foi o de caráter universal. A reitoria da Uefs também marcou presença na mobilização, organizada pelas entidades representativas dos estudantes, professores e técnico-administrativos da Uefs durante várias reuniões.
Além da paralisação e ato público para o dia 9 de dezembro, a AGU também aprovou os seguintes pontos:
- Nova AGU, a ser realizada em março do próximo ano;
- Organizar uma campanha para denunciar, via outdoor, os deputados que votaram a favor dos PLs e da PEC;
- As entidades representativas das três categorias farão um calendário de atividades interna e externa para mobilizar ainda mais a base;
- Exigir que a reitoria da Uefs preserve os recursos destinados para a Política de Permanência Estudantil;
- As entidades representativas das três categorias criarão uma comissão para relatar os problemas específicos de cada curso;
- Luta pela revogação do decreto Nº 16.417, em vigor desde 16 de novembro. O documento estabelece diretrizes para a contenção de despesas de custeio e de pessoal, no âmbito do Poder Executivo Estadual;
- Enviar documento ao Fórum de Reitores exigindo uma postura de enfrentamento à política do governo estadual para as Ueba;
- Compor o Dia Estadual de Luta contra os cortes na educação pública, marcado para 10 de dezembro. O ato está sendo organizado pelo Comitê Estadual em Defesa da Educação Pública;
- Ida às rádios de Feira de Santana denunciar a crise financeira nas Ueba;
- Compor a campanha em defesa das Ueba. O ato foi organizado pelo Fórum de Estudantes das quatro universidades estaduais;
- Apoio e solidariedade aos estudantes de São Paulo, mobilizados contra o plano de reestruturação das escolas do estado;
- Elaborar moção de apoio ao professor de Ciências Sociais da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Nilton de Almeida Araújo, agredido em abordagem racista e violenta da Polícia Militar (PM) baiana.
Veja fotos da AGU no Facebook da Adufs.